A diretoria da Varig decidiu recomendar ao Conselho de Administração da companhia que aceite uma nova proposta apresentada pela VarigLog para a compra da companhia, desta vez no valor de US$ 400 millhões, US$ 50 milhões a mais do que na oferta anterior, feita no dia 9 de abril.
A VarigLog, ex-subisidária da Varig adquirida no ano passado pela Volo Brasil, é uma empresa formada por investidores brasileiros e o fundo americano Matlin Patterson.
A proposta anterior - rejeitada - previa a divisão da Varig em duas, uma saudável e sem dívidas, e a outra com o passivo. E mais: o encolhimento da frota dos atuais 54 aviões para 48, o corte de três mil a cinco mil empregados e a redução de salários. Acabou rechaçada pelos credores e principalmente pelas associações de empregados. Porém, com o agravamento da crise desencadeado pela falta de uma solução para a companhia, representantes dos sindicatos e associações que representam os funcionários da Varig assinaram nesta quinta-feira, na sede da empresa, um protocolo de entendimentos em que se comprometem a promover a redução de 30% dos salários dos empregados e o corte de 2.900 trabalhadores.
Segundo a presidente do Sindicato Nacional dos Aeroviários, Selma Balbino, que participou da reunião, o tom foi de urgência por uma solução rápida para a empresa.
- É duro dizer. Ou a Varig fecha ou a empresa se salva com menos empregos, tendo a possibilidade de crescer lá na frente - disse Selma.
A decisão dos empregados de aceitar demissões e cortes de salários, portanto, pode significar o fim de um dos principais entraves à venda da empresa, mas já era uma exigência do plano emergencial elaborado pela consultoria Alvarez & Marsal.
A nova proposta da VarigLog-Volo será encaminhada ao conselho da companhia e à 8ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio (responsável pelo processo de recuperação judicial da empresa) na segunda-feira. Somente depois disso haverá uma reunião ou mesmo assembléia de credores, para decidir se a proposta será formalmente aceita.
Enquato as negociações para a venda da companhia continuam, o governo vai se preparando para uma eventual falência da companhia. Os aviões e funcionários da Varig podem acabar voando para as concorrentes. Um plano do governo prevê que, se a empresa parar, aeronaves, rotas e tripulação sejam operados pelas outras empresas.
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