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O dólar fechou esta quinta-feira (22) em queda ante o real após avançar no último pregão para o maior nível em cinco anos, em mais um dia marcado por muito vaivém e forte atuação do Banco Central. A moeda norte-americana chegou a cair mais de 1% durante o dia ante expectativas de novas medidas cambiais, mas essas apostas perderam fôlego na última hora do pregão e o dólar devolveu parte da queda.

O dólar recuou 0,78%, para R$ 2,4320 na venda, após tocar R$ 2,4196 na mínima do dia. Na sessão anterior, a divisa norte-americana havia avançado 2,39%, para R$ 2,4512 na venda. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de 2,9 bilhões de dólares. "Por enquanto, não tem notícia relevante, e o mercado está muito volátil", afirmou o economista-chefe do Espírito Santo Investment Bank, Jankiel Santos. "E aí depois da boataria, fica a expectativa: todo mundo está esperando para ver se o governo anuncia alguma medida para o câmbio."

Apesar do alívio, operadores continuam afirmando que o cenário para o câmbio ainda é de tensão, por isso a forte expectativa sobre atuações do BC.

A autoridade monetária tem intervindo pesadamente no mercado de câmbio diante da ampla valorização do dólar, atuando em nove das 16 últimas sessões. Nesta quinta-feira, o BC realizou leilão de linha de dólares, vendendo o segundo lote com taxa de recompra de 2,568759 reais em 1º de abril de 2014. Já na primeira etapa, cuja data de recompra era em 1º de novembro deste ano, não teve venda, informou a assessoria de imprensa do BC.

A assessoria não informou o montante ofertado no leilão de venda de dólares com compromisso de recompra, nem quanto foi vendido na segunda etapa da venda. Mais cedo, o BC realizou leilão de swap cambial tradicional --equivalente a venda futura de dólares--, vendendo todos os 20 mil os contratos de rolagem das operações que vencem no início de setembro. O lote total que está vencendo é de 100.800 contratos e, agora, faltam apenas 800 deles para serem rolados.

O real tem sofrido o impacto dos sinais de mudança da política monetária dos Estados Unidos e também com certa desconfiança em relação à economia brasileira. O Bank of America Merrill Lynch revisou nesta quinta-feira a previsão de alta da moeda norte-americana em relação ao real, acreditando agora que o dólar deve se equilibrar em 2,40 reais no quarto trimestre deste ano, acima da previsão anterior de 2,20 reais.

"Acreditamos que o real está levemente subvalorizado após a recente forte depreciação. Mas o preço no curto prazo será determinado pelas taxas de juros globais, pela intervenção do Banco Central e a demanda por hedge de empresas", informou o banco.

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