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Cotação vem subindo apesar da constante entrada de moeda americana no Brasil | Sukree Sukplang/Reuters
Cotação vem subindo apesar da constante entrada de moeda americana no Brasil| Foto: Sukree Sukplang/Reuters

Zona do euro

Itália aprova plano de cortes

Roma - Na tarde de ontem, a Câmara dos Deputados italiana votou e aprovou o pacote de austeridade do governo de 54 bilhões de euros (US$ 70 bilhões) por 314 votos favoráveis e 300 contrários. O Senado já havia aprovado as medidas no começo do mês.

As medidas do pacote, defendidas pelo Banco Central Europeu (BCE), preveem cortes no orçamento, aumentos dos impostos e reforma previdenciária. A idade de aposentadoria das mulheres passará dos 60 aos 65 anos. Centenas de municípios e até algumas províncias terão suas administrações extintas. O anúncio de cortes e de impostos enfureceu muitos italianos e manifestantes tomaram conta das ruas centrais de Roma, onde entraram em choque com a polícia perto do Parlamento.

O governo italiano viu seus custos para tomada de empréstimos subirem para níveis quase desastrosos nas últimas semanas. O spread (retorno ao investidor) entre os bônus do governo italiano e seus equivalentes alemães superaram 4 pontos porcentuais no início da semana pela primeira vez desde que o euro foi lançado, em 1999.

Agência Estado

A taxa de câmbio doméstica bateu novamente o maior patamar do ano, voltando a preços não vistos desde novembro do ano passado. Em seu décimo dia consecutivo de alta, o dólar comercial chegou a ser negociado por R$ 1,74 por alguns poucos minutos, logo cedendo para R$ 1,724 (alta de 0,58%) nas operações finais de ontem. Por enquanto, parece haver um relativo consenso nas mesas de operações de que a taxa ainda pode chegar a R$ 1,75 no curto prazo, antes de experimentar uma queda mais significativa.

A crise europeia e o medo de que a Grécia anuncie um default (calote) assustam os agentes financeiros. Se uma parcela dos investidores acredita que as autoridades europeias vão chegar a alguma solução de última hora para evitar o pior cenário, e por esse motivo tem renovado suas apostas nas bolsas de valores, outro grupo tem corrido para o dólar, o habitual refúgio em momentos de incerteza.

"O mercado ainda tem muitas incertezas sobre essa crise, e há a impressão de que não será ainda nesta semana que vamos ver alguma solução", comenta Vanderley Muniz, sócio-diretor da corretora de câmbio Onnix. Ele observa que algumas operações de pouca monta já conseguiram mexer com os preços. Até o momento, Muniz não observou um momento maciço de exportadores no sentido de trazer dólares para o país de modo a aproveitar a alta das taxas. "Acho que boa parte [dos exportadores] ainda está esperando [um preço mais alto]", acrescenta.

Apostas

A corrida dos bancos brasileiros para liquidar suas apostas na queda do dólar, segundo analistas, explica por que a moeda subiu em um período em que houve forte entrada de recursos estrangeiros no país. Devido à instabilidade neste mercado, pela primeira vez desde o dia 22 de dezembro do ano passado o Banco Central não fez leilão de compra de dólares.

Segundo cálculos do mercado financeiro, os bancos usaram o dinheiro que entrou no país para cobrir suas dívidas e estão agora com moeda estrangeira em caixa. No jargão do mercado, se diz que as instituições estão "compradas" em dólar, em volume superior a US$ 1 bilhão.

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