O dólar fechou com a maior queda em relação ao real em dois meses e meio nesta quinta-feira (2), acompanhando o movimento da divisa em outros mercados de câmbio após dados mais fracos que o esperado sobre o mercado de trabalho dos Estados Unidos alimentarem expectativas de que os juros podem não subir tão cedo por lá.
A moeda norte-americana caiu 1,56%, a R$ 3,0960 na venda, maior queda desde 14 de abril, quando recuou 1,97%. A divisa também recuava contra moedas como o euro e os pesos chileno e mexicano. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de US$ 1,4 bilhão.
Segundo relatório do governo dos EUA, a criação de vagas de trabalho desacelerou em junho e os norte-americanos deixaram a força de trabalho em massa. Além disso, a renda média por hora ficou inalterada, tirando alguma força da percepção de que a inflação, hoje baixa, caminha para a meta do Federal Reserve, banco central norte-americano.
“O número principal veio fraco e os salários não subiram. É uma surpresa, porque parecia que os Estados Unidos estavam se recuperando com rapidez”, disse o superintendente de câmbio da corretora Tov, Reginaldo Siaca.
A manutenção dos juros baixos nos EUA sustentaria a atratividade de ativos de países como o Brasil, que pagam rendimentos maiores.
Grécia
O mercado também continuou monitorando os desdobramentos da crise envolvendo a dívida da Grécia, a poucos dias de um referendo no fim de semana que pode decidir o futuro do país na zona do euro. De maneira geral, operadores avaliam que o eventual impacto no Brasil de uma saída do país do bloco monetário seria pequeno.
“Agora, é esperar o referendo. Até lá, só teremos palavras no vazio”, disse o superintendente de câmbio da corretora Intercam, Jaime Ferreira.
Swaps
Nesta manhã, o BC vendeu a oferta total no leilão de rolagem de swaps cambiais, que equivalem a venda futura de dólares. Com isso, repôs o equivalente a US$ 696 milhões, ou por volta de 7% do lote de agosto, que corresponde a US$ 10,675 bilhões.
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