O presidente do banco central do México, Agustín Carstens, disse na sexta-feira que a eleição do novo chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI) deve ser "transparente" e, ao pedir apoio da Argentina para a sua candidatura, disse que a entidade precisa ter sensibilidade para lidar com cada país.
Carstens viajou a Buenos Aires depois de visitar Brasília nesta semana em busca de apoio latino-americano para sua candidatura como diretor-gerente do FMI. O ex-chefe da entidade Dominique Strauss-Kahn renunciou ao cargo para enfrentar acusações de tentativa de estupro em Nova York.
Muitos argentinos culpam o organismo pela crise da Argentina de 2001/2002, quando o país declarou a maior moratória da história, em um episódio que ainda mantém a nação longe dos mercados voluntários de crédito.
O ministro da Economia argentino, Amado Boudou, disse que ainda não definiu se vai apoiar a candidatura de Carstens, que ocupou anos atrás o posto de subdiretor-geral da entidade credora sediada em Washington.
A Argentina, depois da moratória e com uma política econômica contrária às recomendações do FMI, conseguiu normalizar mais de 90 por cento de sua dívida não cumprida e a sua economia começou, no fim de 2002, um período de expansão sustentada.
O economista mexicano acrescentou que não se deve criar receitas únicas para cada nação, afirmando que "cada país necessita de atenção pessoal" e que "o Fundo, sobretudo, precisa ter a sensibilidade de considerar os aspectos específicos de cada país."
Carstens, um economista de destaque da Universidade de Chicago, veterano de várias crises financeiras no México, lançou sua candidatura ao posto máximo do FMI em meio a reclamações de países emergentes para que um candidato de economia em desenvolvimento fosse considerado.
Por enquanto, ele compete com a ministra das Finanças da França, Christine Lagarde.
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