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Testes em Barra Bonita em 2008: campo, que pertencia à Petrobras, foi devolvido à União. | Dirceu Portugal/Gazeta d oPovo
Testes em Barra Bonita em 2008: campo, que pertencia à Petrobras, foi devolvido à União.| Foto: Dirceu Portugal/Gazeta d oPovo

O Paraná voltou a ser protagonista de um leilão de exploração de gás natural. O campo de Barra Bonita, em Pitanga (Centro-Sul do estado), foi o mais disputado e o que recebeu a maior oferta no leilão de “acumulações marginais” realizado nesta quinta-feira (10) pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Outras oito áreas, em quatro estados, foram arrematadas.

INFOGRÁFICO: Veja onde fica o campo de Barra Bonita

A EPG Brasil Ltda, de Sergipe, conquistou a concessão do bloco paranaense com uma oferta de quase R$ 2,6 milhões, com ágio de mais de 3.000% sobre o bônus mínimo determinado pela ANP, de cerca de R$ 83 mil.

Primeira acumulação comercial de gás da Bacia do Paraná, o campo de Barra Bonita foi descoberto em 1996, mas nunca produziu. Ele pertencia à Petrobras, que não enxergou viabilidade em sua exploração e devolveu a concessão à União em 2013, com dois poços prontos para serem operados.

QUEM É A EPG

Fundada em 2009, A EPG Brasil é administrada pelo engenheiro eletricista Cleber Bahia Silva Junior, que trabalhou na Petrobras entre 1985 e 2004. Ele é sócio de outra empresa sergipana que atua na indústria de petróleo e gás, a Engepet, criada dez anos antes. Ela presta serviços de engenharia para companhias do setor e desenvolveu tecnologias como a de um sistema de bombeio pneumático, usado na recuperação de petróleo em campos maduros. A empresa também opera, em parceria, o campo de gás Oeste de Canoas, no Maranhão.

Outras quatro empresas ou consórcios disputaram o bloco. A Vipetro Petróleo S.A. fez uma oferta de pouco mais de R$ 1 milhão. A sociedade entre a estatal Copel (42,8%), a Bayar (42,8%) e a Tucumann (14,4%) propôs um bônus de R$ 500 mil pela área, o terceiro maior. As empresas Geogas Serviços de Óleo e Gás Ltda e Leros Petróleo e Gás S.A. ofereceram, respectivamente, R$ 426 mil e R$ 270 mil pelo bloco.

Copel

Junto com a Petra Energia, a Copel e suas duas sócias no leilão desta quinta haviam arrematado quatro blocos de gás em uma licitação realizada no fim de 2013 – um deles, vizinho ao campo de Barra Bonita.

A proximidade era considerada um trunfo pela estatal paranaense, uma vez que facilitaria o desenvolvimento integrado dos campos, com ganhos de escala.

Naquele leilão, o Paraná teve 11 blocos licitados ao todo, com previsão de investimentos de R$ 174 milhões em quatro anos, maior valor dentre todos os estados com áreas ofertadas.

Fracking

Nenhum campo paranaense licitado em 2013 começou a ser desenvolvido até agora, porque a exploração está proibida por decisão da Justiça Federal, que citou os riscos ambientais associados à técnica de “fracking”, usada para explorar o chamado “gás de xisto”.

O gás encontrado no campo de Barra Bonita é do tipo “convencional”, ou seja, pode ser extraído com uso de técnicas tradicionais. Mas a concessionária, eventualmente, pode testar o fracking na área também, o que despertou a preocupação de entidades ambientalistas como a Coalizão Não Fracking Brasil (Coesus).

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