Empresários brasileiros pediram nesta segunda-feira ao ministro do Desenvolvimento, Miguel Jorge, o início de negociações para um acordo bilateral com o Reino Unido. Com o fracasso da Rodada Doha de negociações comerciais mundiais, eles acham que não vale a pena esperar por uma nova rodada na Organização Mundial do Comércio (OMC) e sugeriram o modelo de acordo feito com o México que prevê redução de impostos no comércio bilateral. Miguel Jorge afirmou que encaminhará o pedido ao Ministério das Relações Exteriores, mas já adiantou a reivindicação empresarial ao ministro de Negócios, Empreendimentos e Reforma Regulatória do Reino Unido, John Hutton, com quem se reuniu pela manhã, em São Paulo.
Segundo Jorge, a corrente comercial entre os dois países atualmente é de US$ 5,2 bilhões. "Nosso desafio é dobrar esse volume em cinco anos", afirmou o ministro brasileiro. O Brasil, disse ele, deve exportar ao país europeu não só manufaturados como commodities (matérias-primas), especialmente minerais. "Outra grande oportunidade está nos serviços, que representam 75% do PIB (Produto Interno Bruto) do Reino Unido.
Hutton, porém, defendeu a retomada das discussões de Doha. "Há negociações programadas para os próximos meses e esperamos progressos", afirmou. Para ele, o acordo seria bom para as economias dos países desenvolvidos e também dos emergentes. "Faremos o máximo para solucionar os problemas das áreas onde há falta de acordo para chegarmos a um entendimento sensato." O ministro britânico considera o papel do Brasil, em especial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na Rodada Doha "importante para conseguirmos um acordo à frente". Para ele, ocorreram "problemas técnicos" no encontro de julho, que não chegou a um consenso.
Jorge, Hutton e o presidente da Apex Brasil, Alessandro Teixeira participaram hoje da terceira reunião do Comitê Econômico e de Comércio Conjunto (Jetco). Criado em 2006, o grupo reúne representantes dos governos e da iniciativa privada e tem por finalidade melhorar o comércio entre os dois países.
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