Estudo mostra queda de competitividade de exportações brasileiras

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O indicador de competitividade das exportações brasileiras acumula uma queda de 40% entre janeiro de 2002 e março deste ano, ficando abaixo do patamar que vigorava antes da desvalorização do real, em 1999. Este é o resultado do estudo "Colapso da competitividade exportadora", divulgado nesta quarta-feira pelo Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi).

Elaborado em conjunto com a Fundação Central de Estudos para o Comércio Exterior (Funcex), o levantamento mediu a força de produtos brasileiros de cinco setores e 18 segmentos nos Estados Unidos e na Europa. Considerando o ano de 2002 como base 100, o estudo indica que o índice de competitividade das exportações brasileiras no merca- do americano estava em 89,9 em 2003, valor que caiu para 84,5 em 2004, 70 no fechamento de 2005 e para 61 em março passado.

O mesmo ritmo foi registrado no caso dos embarques para países europeus. De 95,9 em 2003, o indicador desabou para 74,3 em dezembro do ano passado e para 60 em março. Na avaliação do Iedi, os números reforçam a necessidade de adoção de medidas para estancar a seguida valorização do real frente ao dólar, que tem diminuído a margem de ganhos dos exportadores - e que, por tabela, pode afetar a médio prazo o resultado da balança comercial.

Reunidos para debater o estudo, empresários defenderam a redução mais acelerada das taxas de juros, de forma a estimular o nível de ati- vidade no mercado interno e diminuir também os investimentos especulativos que buscam tirar vantagem da diferença de taxas no Brasil e no exterior. A idéia de cobrar uma taxa para o capital que permanece menos de um ano aplicado no país, a exemplo do que foi feito pelo Chile, também foi defendido pelos empresários.

- O corte de juros não terá efeito imediato. Mas se o Brasil não apresentar taxas mais elevadas de crescimento, não haverá solução para o câmbio - afirmou o presi- dente do Iedi, Josué Gomes de Almeida.