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Carros fraudados emitiam até 40 vezes mais poluentes do que o permitido por lei | Shannon Stapleton
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Carros fraudados emitiam até 40 vezes mais poluentes do que o permitido por lei| Foto: Shannon Stapleton /Reuters

O escândalo envolvendo a Volkswagen e um software usado para mascarar as emissões de gases poluentes de alguns de seus carros movidos a diesel ganhou novos desdobramentos nesta segunda-feira, 21, com a ampliação das investigações. Segundo fontes, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos está conduzindo uma investigação criminal sobre o caso, relataram o jornal Wall Street Journal e a agência de notícias Bloomberg. O inquérito pode levar meses ou anos e resultar em acusações contra executivos ou empresas. Diante da repercussão do caso, as ações da montadora fecharam em queda de 17,14% na Bolsa de Frankfurt. Os papéis despencaram mais de 20%, na maior queda diária na história da montadora.

A Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA, na sigla em inglês) informou que vai fazer testes com carros de outras fabricantes para verificar se elas usam software similar ao da Volkswagen. A agência não informou quais empresas passarão pela checagem.

O governo alemão anunciou que vai investigar se as montadoras têm cumprido as regras de emissões e se não houve fraude em testes na Europa. As ações de outras empresas, como as alemãs Daimler e BMW e as francesas Renault e PSA Peugeot Citroën, também caíram. O ministro da Economia da Alemanha, Sigmar Gabriel, disse que o governo está preocupado com a hipótese de danos à reputação da indústria automobilística do país.

Penalidades

Na última sexta-feira, a Agência de Proteção Ambiental dos EUA (EPA) revelou que a montadora usou um software em carros equipados com motores diesel de 2 litros da própria Volks e de sua subsidiária Audi. O software conseguia identificar se o carro estava passando por testes e reduzia as emissões de poluentes do veículo, enganando os reguladores. Os carros emitiam até 40 vezes mais poluentes do que o permitido pelas regras federais. Agora, a empresa poderá ter de arcar com até US$ 18 bilhões em penalidades.

A montadora rejeitou por quase um ano a afirmação de que havia um esquema para burlar os testes. Correspondência enviada pela EPA e por reguladores da Califórnia a representantes da montadora mostrou que, neste período, a Volkswagen negou que as discrepâncias nas emissões fossem fruto de uma tentativa deliberada de enganar as autoridades, atribuindo o caso a “erros técnicos”.

Apenas no início de setembro eles admitiram o uso do software. A “confissão” só foi feita após a agência ameaçar não autorizar os modelos 2016 da empresa.

Segundo o New York Times, a Volks temia diminuir a potência dos motores e a eficiência no consumo de combustível ao atender às regras de emissões. Uma das vantagens do motor a diesel é o consumo mais baixo. Consumidores entraram com ação coletiva na Califórnia contra a montadora. O advogado Steve Berman diz que os clientes foram levados a pagar até US$ 7 mil a mais por veículos que não estão de acordo com regras ambientais.

A Casa Branca comentou o caso: “Estamos preocupados com alguns dos relatórios que vimos sobre a conduta desta companhia em particular”, disse o porta-voz da Casa Branca Josh Earnest.

No domingo, o diretor-executivo da Volks se desculpou pelo caso. A empresa disse que interrompeu a venda de modelos 2015, 2016 ou usados com o motor em questão nos EUA. A EPA ordenou o recall de quase meio milhão de carros em função do software, como os Volkswagen Golf, Jetta, Passat, Beetle e o Audi A3.

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