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"Brasileiro não conhece o Paraguai. Conhece a Ponte da Amizade e a parte comercial de Ciudad del Este, onde, aliás, quase não há paraguaios. Eles são sérios e trabalhadores, e têm relacionamento comercial com o mundo inteiro, coisa que estamos longe de ter. Tem gente reclamando de corrupção no Paraguai? E quem somos nós, brasileiros, para falar disso?" Quem faz essa defesa incondicional do país vizinho é o empresário paranaense Walter Almeida de Oliveira. Diretor da Superspuma do Brasil – uma das seis filiais que a Superspuma del Paraguay tem no Brasil, Chile, Uruguai e Argentina –, ele é um entusiasta da aproximação comercial entre Brasil e Paraguai e defende as parcerias estimuladas pela Rediex.

Oliveira negocia com os vizinhos há vários anos. Importava da companhia paraguaia parte da espuma usada por sua empresa, a Nelevom, de Colombo, na fabricação de sofás. Em novembro de 2003, interrompeu a produção e instalou no mesmo local uma distribuidora dos colchões produzidos pela Superspuma, feitos com tecnologia suíça, que levam a marca Colmer. Há sete meses, passou a produzir os colchões, primeiro importando toda a matéria-prima da matriz paraguaia – hoje, metade dos insumos são brasileiros. Atualmente, 21 funcionários trabalham na fábrica, que produz 1 mil colchões de espuma e 1 mil conjuntos "box" por mês. No ano que vem, pelo menos dez novos empregos devem ser criados com a importação de uma máquina paraguaia.

Questionado sobre as vantagens de se trabalhar no Paraguai, Oliveira abre sua caixa de e-mails e mostra uma mensagem que recebeu no dia anterior. "Esta é a autorização do governo brasileiro para nós exportarmos, coisa que pedi faz seis meses. A autorização saiu em 19 de maio, mas só agora eu fui informado. Deve ter ficado na gaveta de alguém", conta ele, indignado. "No Paraguai, nosso departamento de exportações tem duas meninas, uma de 19 anos e outra de 20. E só. O processo é muito mais simples que no Brasil. Lá existe, de fato, um livre comércio."

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