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O Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região realiza assembléia a partir das 18h desta quarta-feira (22) para decidir se continua ou não a greve por tempo indeterminado, iniciada no dia 8. Na noite de terça-feira (21), a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) fez uma nova proposta de reajuste salarial aos trabalhadores, que será avaliada pela categoria durante a reunião.

"Eles propuseram dois índices: para os bancários que recebem até R$ 2,5 mil, o reajuste é de 10%; quem tem salário maior deve receber 8,15% de aumento", diz Sônia Boz, diretora de imprensa do Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região. Sônia afirma que o índice de reajuste proposto pela Fenaban ainda é baixo, mas prefere não prever um desfecho para a assembléia dos trabalhadores. "Teremos cerca de mil pessoas na votação, vamos esperar para ver o que será decidido, não estamos fazendo previsões", afirma. Segundo ela, cada índice deve atingir 50% dos funcionários de bancos de Curitiba e Região.

A reivindicação dos bancários é de um aumento salarial de 13%, sendo 8% de perdas com inflação e 5% de aumento real. Eles também pedem mais investimentos dos bancos em segurança nas agências e imediações, mais contratações, aumento na Participação nos Lucros e Resultados (PLR), dentre outras reivindicações.

O Banco do Brasil também apresentou propostas para as reivindicações específicas de seus funcionários, sobre PLR, isonomia entre trabalhadores novos e antigos e plano odontológico gratuito, entre outros. Os pontos também serão avaliados nesta quarta-feira em assembléias da categoria por todo o país. Enquanto isso, trabalhadores da Caixa Econômica Federal aguardam uma resposta para suas reivindicações específicas, que deve ser divulgada nesta quarta-feira.

Procurada pela reportagem, a assessoria de imprensa da Fenaban não confirma os valores propostos aos bancários, mas informa que houve uma nova proposta e que, caso os trabalhadores não a aceitem, a negociação continuará.

Paralisação

Na terça-feira (21), décimo quarto dia de paralisação, das 329 agências de Curitiba e região metropolitana, 158 fecharam as portas, segundo o sindicato dos bancários. Ao todo, foram 59 unidades de instituições privadas, e 99 do Banco do Brasil (BB) e Caixa Econômica Federal (CEF).

Além das agências, 12 centros administrativos – um do Bradesco, três da CEF, quatro do BB e quatro do HSBC – não abriram nesta terça-feira. Os clientes enfrentaram mais transtorno, pois em algumas agências nem o auto-atendimento funcionou.

Nesta quarta-feira (22), o Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região ainda não fechou um balanço de quantas agências estão fechadas na capital. Os números devem ser divulgados durante a tarde.

Interior

Como acontece em Curitiba, os sindicatos de bancários de todo o Paraná realizam assembléias ao longo desta quarta-feira. Esta semana, a mobilização dos trabalhadores começou a perder força na região Oeste do estado. Em assembléia realizada na manhã de terça-feira, os trabalhadores de bancos privados das cidades de Foz do Iguaçu, Medianeira e Santa Helena decidiram suspender a paralisação por tempo indeterminado e aguardar no trabalho uma nova proposta da Fenaban. Nesta quarta-feira, os trabalhadores realizam assembléia para avaliar se permanecem em atividade ou retornam à paralisação.

Ao todo, Foz do Iguaçu e região possuem 16 unidades de bancos privados, que representam 35% das 45 agências da cidade. Até a segunda-feira (20), todas as agências estavam paralisadas, segundo o Sindicato dos Bancários de Foz do Iguaçu.

Contas e pagamentos

O sindicato dos bancários explica que cheques continuam sendo compensados por 30% de funcionários que trabalham nos bancos. Esse é o porcentual mínimo exigido por lei para greves. Saques e pagamentos podem ser feitos nos caixas do auto-atendimento. Depósitos em dinheiro e cheque, no entanto, não estão sendo feitos em nenhum banco, pois não há funcionários para recolher os envelopes de depósito no fim do dia.

A compensação de cheques é um serviço essencial e não deixou de ser feito, informou o sindicato. As pessoas devem ir às agências em funcionamento e falar direto com um gerente ou tesoureiro para realizar o serviço. O sindicato ainda confirmou que, caso o cheque já esteja na praça, ele não ficará parado e será descontado. Para contas, impostos e títulos, o cidadão deve verificar se há a possibilidade de pagamento em qualquer banco. Além disso, pode-se utilizar o código de barras das contas e efetuar os pagamentos em caixas de auto-atendimento. Caso nenhuma dessas opções sejam úteis, ainda há as casas lotéricas que realizam grande parte de pagamentos.

Casas lotéricas

Com a greve dos bancários, aumentou bastante a procura de serviços bancários nas casas lotéricas, por conta dos convênios com a Caixa Econômica Federal (CEF) e com o Banco do Brasil. Na segunda-feira (13), porém, houve uma pane nacional no sistema da CEF, que deixou sem atendimento as casas lotéricas. O atendimento voltou ao normal no mesmo dia.

As lotéricas fazem grande parte dos serviços bancários, como recebimento de boletos de qualquer banco, inclusive impostos (exceto IPVA parcelado e guias GR e DARF) até o valor de R$ 500. Ainda nas lotéricas, correntistas da Caixa podem pagar contas do banco até o valor de R$ 2 mil, sacar até R$ 1 mil e depositar até R$ 500, mas somente em dinheiro; enquanto clientes do Banco do Brasil podem sacar até R$ 200 e também depositar até R$ 500 em dinheiro.

Nas agências dos Correios, qualquer pessoa pode pagar tributos federais e estaduais, faturas e títulos, contas de água, luz e telefone e boletos de qualquer banco dentro do vencimento. Correntistas do Bradesco (parceiro atual do Banco Postal) podem sacar até R$ 600 por dia e fazer depósitos.

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