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Modelo de negócio está baseado na oferta de uma versão premium, com análises mais personalizadas | Divulgação
Modelo de negócio está baseado na oferta de uma versão premium, com análises mais personalizadas| Foto: Divulgação

Depois de gastar uma tarde buscando a solução para as dívidas acumuladas em oito cartões de crédito por sua empregada doméstica, o norte-americano Benjamin Gleason se convenceu de que havia investido no mercado certo.

Há cinco anos no Brasil, onde trabalhou como consultor financeiro e depois foi o diretor-geral do Groupon, ele deixou o cargo no ano passado para criar com o amigo Thiago Alvarez a startup de gestão financeira GuiaBolso (www.guiabolso.com.br), focada na classe C.

O site oferece gratuitamente um diagnóstico das finanças de uma pessoa com base em dados sobre ganhos e gastos. E depois faz recomendações personalizadas para quitar dívidas, reduzir gastos e economizar.

A ideia veio da experiência dos sócios no mercado financeiro. Ex-consultores da McKinsey & Company, Alvarez e Gleason perceberam que havia uma oportunidade na expansão do acesso ao crédito para a classe C e na falta de conhecimento sobre finanças pessoais. Somado a isso, ainda havia a questão da inadimplência.

De acordo com pesquisa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), 62,9% das famílias brasileiras estavam endividadas em abril. "Vimos o desafio que a classe C representou aos bancos e o quanto essas instituições ainda não tinham ferramentas digitais atualizadas", diz Alvarez.

O layout do site e o modelo de negócios da GuiaBolso se assemelham aos do Mint.com, ferramenta online que organiza e categoriza despesas, criada nos Estados Unidos em 2007. Os empreendedores dizem ter se inspirado nesse e em outros sistemas parecidos para criar a startup, mas precisaram adaptar o negócio para o público brasileiro. "Reduzimos a quantidade de dados e textos para facilitar o entendimento sobre finanças pessoais", explica Gleason.

A ferramenta foi testada com um grupo de usuários endividados de diferentes classes sociais. Entre eles, estava a empregada de Benjamin, que pediu socorro ao patrão quando soube do projeto do site.

Hoje a GuiaBolso faz apenas um diagnóstico simplificado. No longo prazo, o plano é gerar receita com o modelo freemium, em que se cobra apenas por serviços mais avançados, enquanto a ferramenta básica é gratuita. A empresa pretende fazer parcerias para poder indicar ao usuário serviços financeiros mais baratos ou adequados ao seu perfil. Outra possibilidade é que a pessoa possa contratar consultores para ter um planejamento mais personalizado. Um aplicativo para celular também está previsto até o fim do ano.

Os empreendedores lançaram o site com recursos próprios, mas negociam um investimento de "alguns milhões" com dois fundos e seis investidores para os próximos meses. Eles não revelam nomes, mas Florian Otto, CEO do Groupon, que tem feito aportes em startups ao lado de Kai Schoppen, ex-CEO do BrandsClub, tem auxiliado os criadores da GuiaBolso nesses contatos.

Na fase de pré-lançamento, a startup fechou o mês de abril com 15 mil acessos. A meta é chegar a 100 mil até o fim do ano.

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