A Fibria, maior produtora mundial de celulose de eucalipto, pretende captar cerca de 1 bilhão de dólares com a emissão de bônus no exterior para o pré-pagamento de dívidas da Aracruz com derivativos, informou nesta sexta-feira (16) a agência de classificação de risco Moody's.
A unidade Fibria Overseas Finance deu mandato a Bank of America, Merrill Lynch, Deutch Bank e JPMorgan para coordenar a operação, segundo informou uma fonte à Reuters. A emissão será garantida pela VCP, que junto com a Aracruz deu origem à Fibria.
A companhia encerrou junho com dívida líquida de 13,4 bilhões de reais, boa parte decorrente de perdas bilionárias com derivativos de câmbio no ano passado e por gastos decorrentes da fusão.
Na semana passada, a Fibria acertou a venda de ativos no Rio Grande do Sul, incluindo uma fábrica de celulose, para a chilena CMPC por 1,43 bilhão de dólares, como parte dos trabalhos para recompor sua estrutura de capital.
Na ocasião, o diretor de Tesouraria e Relações com Investidores da empresa, Marcos Grodetzky, revelou que a Fibria estava trabalhando em operações de crédito com prazos de 5 a 10 anos junto a bancos, e que anunciaria em breve o novo perfil de seus passivos.
A Moody's atribuiu rating "Ba1" ao bônus proposto pela Fibria, com perspectiva negativa. Conforme a agência de rating, a Fibria emitirá os bônus em duas tranches, com vencimentos em 2016 e 2019, respectivamente.
Conforme a Moody's, a reorganização da dívida da Fibria inclui, além da venda da unidade gaúcha e da emissão de bônus, uma nova operação de pré-pagamento de exportação de 750 milhões de dólares com prazo de cinco anos.
Para a Moody's, a reestruturação "reduzirá moderadamente a alavancagem" da fabricante de celulose e reforçará sua posição de liquidez por melhorar o perfil de vencimento da dívida.
Ainda assim, a agência ressalta que a perspectiva negativa do rating "reflete os desafios substanciais" para a empresa reduzir mais "seu endividamento excessivo" através da geração de fluxo de caixa livre.
A Moody's menciona incertezas quanto à sustentação da forte demanda chinesa por celulose, que tem garantido aumentos de preço do insumo. Cita também o fortalecimento da moeda brasileira, que deverá continuar a pressionar as margens, já que praticamente toda a produção da Fibria é exportada.
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