A impressão, nesta sexta-feira, era de que, ao ampliar o socorro prestado às instituições financeiras, os bancos centrais de Estados Unidos, Europa, Canadá, Japão e Austrália tinham coordenado as suas ações com o Fundo Monetário Internacional (FMI) - que monitora também a economia daqueles países - no sentido de evitar o pânico. Era clara a preocupação de ambos os lados em assegurar que a crise é temporária e está sob controle.

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"O Federal Reserve (Fed, o banco central americano) fornecerá tantas reservas quanto for necessário através de operações de mercado aberto", dizia a primeira frase do comunicado de apenas cinco linhas emitido ontem pelo Fed.

O FMI, por sua vez, classificou a crise como "conseqüências sistêmicas da reavaliação do risco de crédito", e garantiu que ela é "administrável". O órgão a definiu ainda como "o restabelecimento da disciplina". A nota, emitida por Masood Ahmed, porta-voz do Fundo, em tom tranqüilizador, ia além e dizia que o solavanco dos últimos dois dias era salutar:

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"Os fundamentos que sustentam o sólido crescimento global permanecem no lugar, e o restabelecimento da disciplina de crédito que está ocorrendo é um desenvolvimento saudável".

Os especialistas do setor privado pareciam concordar. Uma pesquisa feita pelo WSJ.com, o site do "Wall Street Journal", mostrou que 65% dos economistas acreditam que o pior da crise hipotecária já passou.

Ken Goldstein, economista do Conference Board Inc., com sede em Nova York e que produz o Índice de Confiança do Consumidor, acha que o contágio do setor de hipotecas de alto risco (subprime) não seria suficiente para "tirar a economia dos trilhos".

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