Anfavea defende suspensão temporária dos contratos
O setor produtivo quer um lay-off (suspensão temporária dos contratos de trabalho) mais abrangente. Nesta quarta-feira (23) ao sair de encontro com o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Márcio Holland, representantes da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) defenderam uma flexibilização no mecanismo.
Com as vendas em baixa no setor automobilístico, empresas com férias coletivas e programas de demissão voluntária (PDV), os industriais têm debatido com as centrais sindicais uma flexibilização. "Lay-off é uma ideia que está sendo formatada. Não tem definição ainda. O que estamos falando com as centrais é um planejamento de médio e longo prazo, não só para o setor automotivo", disse o presidente Anfavea, Luiz Moan.
Os funcionários da fábrica da Volkswagen em São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba (RMC), aprovaram a proposta da empresa de suspender temporariamente o contrato de trabalho de 400 funcionários a partir de maio. A medida, conhecida como layoff, visa equilibrar os estoques de automóveis à demanda do mercado e deve atingir cerca de um terço dos 2,4 mil metalúrgicos da empresa.
A decisão se deu na terceira assembleia realizada às 14h desta quarta-feira (23) com os funcionários do segundo turno da empresa. Duas votações anteriores foram realizadas com os trabalhadores do terceiro turno, às 22 horas da terça-feira (22), e do primeiro turno, às 5 horas desta quarta-feira (23).
O acordo prevê a suspensão dos contratos por um período de cinco meses, segundo informações do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC). O layoff terá início no próximo dia 05 de maio e se estende até o dia 05 de outubro, quando os trabalhadores devem retornar à fábrica. A suspensão do contrato trabalhista é um instrumento previsto na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e já foi usado pela Volks em fevereiro de 2014, com a suspensão de 300 contratos.
Adaptações e treinamento
Durante o período de suspensão dos contratos, a fábrica da Volkswagen deve passar por adaptações para receber novos produtos, que devem chegar à unidade paranaense em 2015. Hoje a empresa fabrica os modelos Fox, CrossFox e Spacefox no Paraná.
Os trabalhadores que se enquadrarem no programa de suspensão participarão de cursos de qualificação para atuar na produção dos novos modelos, segundo informações do SMC.
A remuneração dos trabalhadores durante o período de suspensão virá do seguro-desemprego e da complementação salarial por parte da empresa. O acordo também contempla a manutenção dos benefícios, como férias, 13º salário e Participação nos Lucros e Resultados (PLR), e o recolhimento do FGTS, que será de 8% no período.
A Volkswagen foi procurada pela reportagem para se posicionar sobre o assunto, mas até às 17h não havia respondido à solicitação.
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