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Nesta segunda-feira (14), o diretor de Política Monetária do Banco Central e futuro presidente da instituição, Gabriel Galípolo, sinalizou a continuidade do modelo usado pelo BC para determinar a taxa básica de juros.
Galípolo foi interpelado por pouco mais de uma hora em um painel sobre os “rumos da política monetária no Brasil”, em um evento promovido pelo Itaú BBA.
Durante o evento, Galípolo citou por três vezes as projeções de inflação como base para decisões futuras sobre a taxa de juros.
“A taxa de juros básica está se movendo basicamente observado o que está acontecendo do ponto de vista da atividade e olhando para a projeção de inflação no horizonte relevante”, afirmou.
Receio de intervencionismo
Questionado em relação à atuação do Comitê de Política Monetária (Copom) sobre o mercado cambial, Galípolo disse que a volatilidade das interpretações sobre o BC são tão grandes quanto as do real (moeda).
“Eu migrei de um ‘receio de intervir’ para acusações de que ‘o Galípolo é mão fraca'”, afirmou o economista ao fazer referência a especulações sobre eventual intervencionismo no BC sob o seu comando.
Galípolo destacou que as intervenções no mercado cambial são decididas com base em métricas e na discussão entre todos os diretores.
“O ideal é que a gente escape da autonomia dos diretores. É mais difícil você errar em 9 pessoas do que sozinho, por isso debatemos”, disse.
“O câmbio no Brasil é flutuante, é uma linha de defesa relevante e as atuações do BC se dão exclusivamente por algum tema relacionado ao excesso de liquidez”, complementou.
No mês passado, o Copom deu início a um ciclo de alta na taxa Selic passando a meta de 10,5% para 10,75% ao ano. Apesar do movimento, a instituição não assumiu nenhum tipo de compromisso sobre os seus passos futuros.