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Manifestante passa por veículo destruído em uma das ruas que levam à embaixada dos EUA no Cairo, Egito | Reuters/Amr Abdallah Dalsh
Manifestante passa por veículo destruído em uma das ruas que levam à embaixada dos EUA no Cairo, Egito| Foto: Reuters/Amr Abdallah Dalsh

Domésticos elevam aposta na educação

Famílias chefiadas por trabalhadores domésticos aumentaram mais sua despesa com educação do que as famílias de empregadores, de acordo com a POF. Em relação ao levantamento anterior, de 2002/2003, domésticos e empregadores tiveram um crescimento relativo semelhante em suas despesas correntes gerais – altas de 54% e 41,2%, respectivamente. Os empregadores, detentores de renda maior, aumentaram em 5,55% seus gastos com educação, enquanto os domésticos os elevaram em 86,6%. Em valores absolutos, porém, a diferença ainda é grande: o empregador gastou em média R$ 207,98 por mês, e o doméstico, R$ 24,04.

Gilberto Braga, economista do Instituto Brasileiro de Mercados de Capitais, explica que podem haver dois motivos para o comportamento dos gastos com educação desses segmentos. O primeiro é o aquecimento do setor de serviços, que demanda mais especialização e tem atraído parte dessa mão de obra. Em busca de oportunidades, muitos aumentam os gastos com educação. O segundo é que os empregadores estão trocando as despesas com educação por serviços como transporte e saúde.

Números

R$ 153,81 por mês era, no período 2008/2009, o gasto médio das famílias brasileiras com saúde. A conta é mais alta no Sudeste: R$ 198,89.

Usuários mais frequentes do Sistema Único de Saúde (SUS), os brasileiros mais pobres gastam em 2009 uma fatia maior de seu orçamento com remédios, ao passo que os mais ricos têm uma despesa maior com planos de saúde. Esse é um dos retratos extraídos da Pesquisa de Orçamentos Familiares, divulgada hoje. O levantamento – referente ao período 2008/2009 – mostrou ainda que, na área de saúde, a despesa média mensal dos 10% mais ricos, de R$ 563,69, superava em mais de dez vezes a dos 40% mais pobres, de R$ 53,45.

Do total gasto com o setor, o peso de medicamentos era de 74,2% na base da pirâmide e de apenas 33,6% no topo. Já o plano de saúde tinha participação de apenas 7% nas despesas daqueles com rendimento mais baixo, contra 42,3% para os mais ricos. Ao todo, as despesas com saúde representavam 7,2% do orçamento do brasileiro em 2008-2009, pouco acima dos 7% de 2002-2003 e num nível de despesa inferior a gastos com habitação, alimentação e transporte, por exemplo. Em valores, os desembolsos médios com saúde ficaram em R$ 153,81 no país. A cifra no Sudeste chegou a R$ 198,89. No Norte e Nordeste, a R$ 82,22 e R$ 93,15, respectivamente.

Os dados mostram ainda que os remédios e os planos ganharam participação na "conta-saúde" entre 2002-2003 e 2008-2009, em detrimento aos hospitais e aos médicos particulares e dentistas.

De acordo com o IBGE, o peso dos remédios nas despesas subiu de 44,9% para 48,6%, e o dos planos, de 25,9% para 29,8%. Proporcionalmente, a maior perda foi do item consulta e tratamento dentário – de 9,3% em 2002-2003 para 4,7% em 2008-2009. Segundo o IBGE, a difusão de planos médico-odontológicos fez cair o peso de dentistas e outros serviços particulares na área de saúde.

Entorno

O instituto investigou também as condições do entorno dos domicílios e constatou que 29% do lixo do país era separado. Desse total, porém, apenas 40% ia para o serviço de coleta seletiva. Ou seja, 60% do material era descartado como lixo comum. A coleta seletiva é mais difundida no Sul, onde 59,9% dos domicílios separam o lixo e 55,6% dos que o fazem seguem a coleta seletiva oficial. No Norte, 6,6% das moradias separam o lixo, enquanto no Nordeste, o porcentual é de 11,9%. Segundo os dados da POF, o lixo é coletado diretamente em 80,7% das moradias, mas ainda queimado ou enterrado em 10,2% dos domicílios.

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