O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Timothy Geithner, recebeu uma resposta fria de autoridades financeiras da Europa ao pedir a alavancagem do fundo de resgate da região e ao defender que os europeus comecem a atuar em uníssono contra a crise.
Em encontro de 30 minutos com ministros europeus de Finanças nesta sexta-feira, Geithner pressionou pela alavancagem do Fundo Europeu de Estabilização Financeira (EFSF, na sigla em inglês), que conta com 440 bilhões de euros em recursos. A ideia seria dar mais poder de fogo ao fundo para combater a crise na região, disse uma fonte da zona do euro.
Um analista com conhecimento da proposta afirmou que o EFSF garantiria uma porção --talvez 20 por cento-- de potenciais perdas com títulos soberanos na zona do euro, permitindo que o capital envolvido na operação fosse cinco vezes maior.
A presença de Geithner no encontro foi uma demonstração da preocupação dos Estados Unidos, mas os ministros europeus mostraram resistência à postura de Washington de dizer à zona do euro o que fazer contra a crise.
"Nós falamos de forma dramática sobre a necessidade de colocar dinheiro para evitar que o sistema entre em dificuldades", disse a ministra das Finanças da Áustria, Maria Fekter, a jornalistas após o encontro.
"Eu acho peculiar que, embora os norte-americanos tenham indicadores significativamente piores que a zona do euro, eles venham nos dizer o que deve ser feito e, quando fazem uma sugestão, não vão direto ao assunto."
Segundo Fekter, os presentes na reunião discordaram principalmente sobre como a Europa deve buscar mais dinheiro para enfrentar a crise. Quando o ministro das Finanças da Alemanha, Wolfgang Schaueble, defendeu que a única maneira de obter recursos seria por meio de um imposto sobre transações financeiras, Geithner rejeitou totalmente a ideia.
No entanto, uma fonte da zona do euro disse que a proposta de Geithner sobre a alavancagem do EFSF não foi nem rejeitada nem endossada. "Ela está em discussão", afirmou, enfatizando que a prioridade para os parlamentares dos países da zona do euro é ratificar os novos poderes do EFSF, definidos em um acordo em julho, que permitiria empréstimos a países em dificuldades e a compra de títulos soberanos no mercado.
Embora ninguém tenha descrito a reunião como nervosa ou quente, pareceu claro que o encontro entre Geithner e os europeus não transcorreu sem incômodos.
Jean-Claude Juncker, presidente do Eurogroup --grupo de ministros das Finanças da zona do euro--, disse que não está preparado para discutir questões relativas à zona do euro com alguém de fora do bloco monetário.
"Não estamos discutindo a expansão ou o aumento do EFSF com um país não-membro da zona do euro", disse a repórteres.
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