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O ex-presidente do Federal Reserve (Fed, banco central americano), Alan Greenspan afirmou, nesta quinta-feira, que há risco de contaminação da economia do país pelos problemas do segmento de financiamento imobiliário.

Em entrevista à Futures Industry Association, Greenspan reconheceu que é "difícil achar qualquer evidência'' de que isso poderá acontecer, mas ressaltou:

— Você não pode peder 10% dos créditos para hipotecas sem que isso tenha um impacto.

O economista, um dos mais respeitados à frente do Fed, destacou ainda que o problema dos empréstimos de alto risco - também chamados subprime, por não exigirem comprovação de vínculo empregatício - estão mais relacionados com os altos preços dos imóveis no país do que à qualidade dos financiamentos.

Há cerca de duas semanas, Greenspan alertou para a possibilidade de que os EUA enfrentassem uma recessão até 2008, o que derrubou os mercados. As declarações desta quinta-feira ainda não repercutiram nas bolsas.

Bovespa

A Bolsa de Valores de São Paulo fechou em alta de 0,02%, perto da estabilidade, aos 43.278 pontos e volume financeiro de R$ 3,371 bilhões. O risco-país, às 17h25m, seguia estável, mantendo os 193 pontos básicos.

O dólar, por sua vez, encerrou em baixa de 0,38%, em um dia de pouca oscilação, a R$ 2,090, acompanhando a relativa tranquilidade nos mercados externos.

Juros

Os contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) registraram fraca variação nas taxas, encerrando o pregão da Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM e F) sem uma direção única. De modo geral, os juros futuros acompanharam a oscilação do mercado acionário americano, uma vez que o principal evento local não trouxe novidades.

No fechamento, o contrato de DI para abril marcou 12,66% anuais, estável. O ativo para outubro também indicou estabilidade, a 12,19% anuais. Janeiro de 2008 projetou 12,05% anuais, com acréscimo de 0,03 ponto percentual. Julho do próximo ano subiu 0,01 ponto, a 11,88% ao ano.

A taxa para janeiro de 2009 indicou 11,82% anuais, com acréscimo de 0,11 ponto. Janeiro de 2010 registrou 11,82% ao ano, com queda de 0,01 ponto.

Wall Street

Nos Estados Unidos, o Dow Jones subiu 0,22%, a 12.159 pontos; o Nasdaq teve ganho de 0,29%, a 2.378 pontos; o S&P, por sua vez, avançou 0,37%, a 1.392 pontos.

No início dos negócios, a expectativa de analistas era de mais um dia de quedas - especialmente após a divulgação dos preços do produtor do país - o que acabou não se concretizando.

No entanto, todos são unânimes em afirmar que a tendência é mesmo de volatilidade, até porque esta sexta é dia de vencimento de opções de ações importantes nos mercados americanos.

Analistas também aguardam a divulgação do Índice de Preços ao Consumidor e do núcleo da inflação nesta sexta-feira.

O Índice de Preços ao Produtor aumentou 1,3% em fevereiro, depois de recuar 0,6% em janeiro. Economistas entrevistados pela Briefing.com esperavam que alta fosse de apenas 0,5%.

O Departamento de Trabalho do país também informou que os novos pedidos de seguro-desemprego diminuíram em 12 mil na semana passada em relação à anterior, para 318 mil requerimentos.

Na média das quatro semanas encerradas no dia 10, houve recuo de 10,250 mil solicitações, para 329,250 mil. A média anterior era de 339,5 mil.

Analistas dizem que toda a oscilação apresentada ao longo da semana já pode ter estado relacionada ao vencimento de opções.

Destaques

A alta dos preços dos metais no mundo todo impulsionou as ações do setor de siderurgia e mineração do Brasil, que se situaram entre as maiores altas da Bovespa.

Em Londres, o cobre subiu 4,5%, para sua cotação máxima em três meses, de US$ 6.505 a tonelada. Os papéis da Companhia Siderúrgica Nacional sobem 3,29%, a R$ 80,05; as da Usiminas sobem 1,42%, a R$ 106,50; já as ações da Vale do Rio Doce operam em alta de 2,45%, a R$ 75,10.

Um relatório divulgado pelo Morgan Stanley nesta quarta-feira calculava um valor de US$ 5,7 bilhões para o ativo, contra avaliações prévias de US$ 3 bilhões da empresa.

A alta dos metais também fez com que as bolsas européias encerrassem os negócios em alta.

Ásia

Na Ásia, as principais bolsas se recuperaram depois das fortes perdas de quarta-feira. Na Bolsa de Tóquio, o índice Nikkei terminou o pregão em alta 1,1%. Na China, a Bolsa de Xangai encerrou o dia em alta de 1,56%. Em Hong Kong, o índice Hang Seng registrou alta de 0,7%. A Bolsa de Seul encerrou o pregão em alta de 1,39%.

Uma recuperação em Wall Street e recuo do iene encorajaram investidores a procurar barganhas entre ações de companhias exportadoras e de outras empresas que sofreram baixas nos últimos dias.

As fortes oscilações no mercado passaram a ocorrer duas semanas atrás, após uma queda de quase 9% da bolsa de valores de Xangai.

Já nesta semana, os temores de uma crise global foram realimentados por alertas de empresas de crédito imobiliário para clientes de alto risco, como a New Century e a Accredited (saiba mais sobre as dificuldades enfrentadas pelo setor) .

Em entrevista exclusiva a O Globo Online, no entanto, o ex-economista-chefe do FMI, Kenneth Rogoff, afastou o risco de uma crise global agora.

Mesmo acreditando que a que bolha do setor imobiliário americano pode estourar, ele minimiza sua influência numa possível grande queda das bolsas mundias.

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