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O plano do presidente Donald Trump para assinar a primeira parte de um acordo para por fim à guerra comercial com a China, no próximo mês, foi por água abaixo nesta quarta-feira, depois que o Chile cancelou uma cúpula na qual os dois líderes planejavam se reunir.

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O cancelamento - anunciado nesta quarta-feira pelo Chile enquanto a agitação social continuava abalando Santiago - pareceu pegar a Casa Branca desprevenida. Mas o governo insistiu que continuaria pressionando para finalizar o acordo da "primeira fase" nas próximas semanas.

Não estava claro se as autoridades americanas seriam capazes de encontrar um local alternativo para uma reunião entre Trump e Xi. Os organizadores da cúpula de Cooperação Econômica da Ásia-Pacífico indicaram que não têm planos de realizar o evento em outro lugar.

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Três pessoas familiarizadas com o andamento das discussões entre EUA e China disseram que as equipes têm procurado outros locais nas últimas semanas, à medida que as manifestações que causaram o cancelamento da cúpula da APEC aumentaram no Chile.

"Estamos ansiosos para finalizar a fase um do acordo comercial histórico com a China no mesmo período e, quando tivermos um anúncio, informaremos", disse o porta-voz da Casa Branca, Hogan Gidley, em um e-mail.

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A embaixada chinesa em Washington não respondeu imediatamente a um pedido de informações. Robert Lighthizer, representante comercial dos EUA que lidera as negociações com a China, disse "sem comentários" quando perguntado por repórteres na quarta-feira sobre como o cancelamento mudaria os planos.

A possibilidade de uma reunião Trump-Xi em Santiago no próximo mês vinha impulsionando o mercado financeiro, à medida que os investidores procuram sinais de que está próximo o fim da guerra comercial de vários anos entre as duas nações.

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Trabalho de semanas

Autoridades norte-americanas e chinesas vêm trabalhando há semanas para finalizar os detalhes de um acordo anunciado por Trump após uma reunião no Salão Oval, em 11 de outubro, com o principal negociador da China, Liu He.

Ambos os lados disseram recentemente que estão fazendo um progresso significativo em um acordo que levaria a China a retomar as compras de produtos agrícolas dos EUA e a assumir compromissos sobre propriedade intelectual e moeda, em troca de um compromisso de Trump de não impor tarifas adicionais aos produtos chineses. Mas encerrar até esse trabalho até 16 a 17 de novembro, quando seria a reunião no Chile, sempre foi visto como um desafio.

Embora seja um novo obstáculo para o governo Trump e a China, o atraso forçado da reunião entre os dois líderes dá mais tempo para os negociadores. Mas um prazo de mudança também pode reduzir a pressão de ambos os lados para fechar um acordo inicial e avançar para negociações mais abrangentes.

"Se os dois lados pretendem concluir um acordo de fase um, o cancelamento da cúpula é uma mera dor de cabeça logística, e não um que possa impulsionar o acordo por conta própria", disse Jude Blanchette, especialista da China no Center for Strategic and International Studies.

"Se, no entanto, um ou ambos os lados não acham que podem chegar a um acordo até meados de novembro, o cancelamento da cúpula é uma ótima desculpa para ganhar mais tempo", complementou.

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Risco de continuidade da guerra comercial

O risco para as empresas e os mercados financeiros é que o cancelamento da reunião da APEC apenas estenda a incerteza que prejudicou o investimento e o crescimento em todo o mundo. Isso pode estar motivando a ânsia de Trump de assinar o acordo e provar a um mundo cético e a eleitores nos EUA que suas tarifas disruptivas produziram resultados entrando em sua campanha de reeleição.

"Isto torna provável que as negociações continuem se arrastando sem resultados concretos", disse Edward Alden, membro sênior do Conselho de Relações Exteriores.

O governo dos EUA normalmente ajudaria o Chile a resolver sua crise política para que a cúpula pudesse prosseguir, disse Alden. "Mas, em vez disso, a Casa Branca está ausente com a luta de impeachment e as crises de sua própria autoria", disse ele.

Trump disse repetidamente que estava otimista de que o acordo comercial seria finalizado na cúpula. "O risco aqui é que, se a cúpula agora for adiada, isso pelo menos sugere que a incerteza da guerra comercial possa estar pairando sobre nós por mais tempo", disse Torsten Slok, economista-chefe do Deutsche Bank AG, em entrevista à Bloomberg Television na quarta-feira. "Isto aumenta o risco de nunca podermos ver uma fase dois ou três e, portanto, a incerteza basicamente não desaparecerá".