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Os indicadores regionais da indústria confirmaram a derrocada do setor em novembro e mostraram queda na produção, ante o mês anterior, em todos os 14 locais pesquisados pelo IBGE. Foi o pior resultado apurado em mês de novembro na produção regional desde o início da série, em 1991.

Em São Paulo, maior parque industrial do País, a produção caiu 3,2% ante outubro, o primeiro resultado negativo ante mês anterior em quase dois anos. O estado registrou ainda queda de 2,7% ante novembro do ano anterior, o maior recuo em mais de cinco anos.

A economista Isabella Nunes, da coordenação de indústria do IBGE, observou que as regiões com indústria mais concentrada em segmentos vinculados ao crédito, como automóveis, e às exportações (commodities) foram as que mais sofreram as influências nocivas da crise internacional em novembro. Por outro lado, a indústria paulista, a mais diversificada do País, não conseguiu evitar a queda na produção, mas alcançou resultados acima da média nacional (-5,2% ante outubro e -6,2% ante novembro de 2007, segundo dados apresentados no início da semana).

O estado de Minas Gerais, onde a produção de commodities como minério de ferro e aço e o setor automobilístico têm peso significativo na estrutura industrial, registrou diminuição recorde na produção em novembro. As quedas apuradas na indústria mineira, de 13,4% ante outubro e de 13,8% comparativamente a novembro de 2007 foram as de maior magnitude em 18 anos, ou desde o início da série da pesquisa, em 1991.

Tombo similar foi registrado no Espírito Santo, com recuo de 17,2% ante o mês anterior e de 22,0% ante igual mês do ano de 2007, os piores resultados da série em todas as bases de comparação, puxados por metalurgia básica (-41,8% ante novembro do ano anterior) e celulose e papel (-35,8%).

Na comparação com novembro do ano passado, a produção industrial caiu em 12 dos 14 locais pesquisados. Apenas o Pará e o Paraná conseguiram se livrar dos resultados negativos. A indústria paraense foi beneficiada pelo bom desempenho da produção de manganês e alumínio, enquanto o Paraná foi impulsionado por uma base deprimida no refino de produção de petróleo e produção de álcool, que garantiu uma expansão local de 51,3% nesse segmento ante igual mês de 2007.

São Paulo

Segundo Isabella, a indústria paulista só escapou de uma queda mais acentuada na produção porque contou com ótimos desempenhos na produção de aviões e de medicamentos. A atividade de equipamentos de transporte puxou o desempenho, com alta de 137,3% em novembro ante igual mês de 2007, alavancada pela fabricação de aviões. A indústria farmacêutica registrou expansão de 14,0%.

A economista do IBGE observou que como São Paulo tem o maior peso na indústria nacional (cerca de 40%), o desempenho do Estado um pouco melhor do que a média do País contribuiu para evitar uma queda ainda maior na produção brasileira em novembro.

Mas assim como nas demais regiões, os segmentos vinculados aos bens intermediários (aço, celulose, produtos químicos) e aos bens de consumo duráveis (eletrodomésticos, automóveis) despencaram a produção na indústria paulista em novembro. Houve recuo, ante igual mês de 2007, em veículos automotores (-10,8%, a primeira taxa negativa após 19 meses de crescimento), borracha e plástico (-13,7%), outros produtos químicos (-3,9%) e máquinas para escritório e equipamentos de informática (-29,6%).

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