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Erick Moutinho, Anderson Moutinho e Victor Barros, sócios da startup Eskolare.
Erick Moutinho, Anderson Moutinho e Victor Barros, sócios da startup Eskolare.| Foto: Divulgação

Aumentar a eficiência do negócio e reduzir custos são objetivos comuns a todas as empresas. Mas as que apostam na transformação digital têm uma forte aliada para conquistar essas metas: a tecnologia. O estudo "Inovação na indústria de tecnologia 2019" realizado pela KPMG aponta que a Internet das Coisas (IoT) é a ferramenta com mais potencial de modernizar os negócios nos próximos três anos, seguida por inteligência artificial e robótica.

De acordo com Felipe Catharino, sócio-diretor da KPMG no Brasil, a IoT tem grande capacidade de adoção em empresas porque pode ser aplicada tanto em sistemas de robótica quanto em pequenos gadgets, como relógios inteligentes e eletrodomésticos. “Quando falamos de internet da coisas, falamos de muitos recursos. Daqui para frente, vamos ter um boom de operações”, considera o executivo.

Dados da consultoria norte-americana Frost & Sullivan confirmam o potencial da tecnologia. Até 2022, os investimentos em IoT no Brasil devem ultrapassar S$ 3,29 bilhões, estendendo o acesso da tecnologia às diversas regiões do país.

Cada vez mais popular no país, o conceito de internet das coisas hoje é adotado por empresas de diversos tamanhos e oferecido principalmente por startups — já nascidas no meio tecnológico. “A grande empresa geralmente foca na IoT dentro da automação, enquanto o pequeno negócio utiliza sistemas mais simples, como rastreadores e sensores, para otimizar suas operações”, explica Catharino.

A tecnologia, contudo, ainda esbarra em complexidade, desconhecimento de eficiência e insegurança quanto à segurança, pontua o estudo (confira mais informações no infográfico abaixo). Por este motivo, a IoT ainda está em processo de expansão entre empresas brasileiras, principalmente as de pequeno e médio porte.

IoT para servir o chope

No Hard Rock Café, em Curitiba, cada gota de chope despejada no copo gera dados que são armazenados em um servidor. O objetivo é conter 30% do desperdício e automatizar o processo de retirada da bebida, de forma que o garçom não precise esperar cada copo ficar cheio em frente ao equipamento — o chope é despejado no volume exato do recipiente.

A máquina e os serviços de IoT do bar são oferecidos pela startup paulistana ChoppUp. Por meio de sensores, a chopeira da empresa detecta se está entrando ar no barril de chopp e se a bebida está acabando. E para que o copo não transborde com excesso de bebida, o chopp é depositado de baixo para cima.

Máquina da ChoppUpp no hard Rock Café, em Curitiba. Chope sem desperdício.
Máquina da ChoppUpp no hard Rock Café, em Curitiba. Chope sem desperdício.

“Avaliamos os dados a partir de uma base que já desconsidera o desperdício. Se alguma informação estiver fora do normal, a operação é imediatamente interrompida e uma alerta é emitida ao lojista. Conseguimos triplicar a eficiência do estabelecimento”, afirma Bruno Salman Scigliano, CFO da ChoppUp.

A expectativa de Scigliano é que, futuramente, a startup acumule uma base de dados suficiente para traçar um perfil de consumo de bebidas por região e aprimorar o serviço oferecido aos bares. Além do Hard Rock Café, a empresa trabalha com mais 250 estabelecimentos no Brasil, entre eles os paulistanos Pirajá e Bráz.

Vitrine on-line do estudante 

A Eskolare, e-commerce de materiais didáticos e escolares, utiliza dados em convergência com as escolas para criar uma vitrine customizada com os principais produtos que o aluno precisa para o ano letivo. Entre as informações coletadas estão os materiais extracurriculares solicitados pelos professores em sala de aula e a forma de pagamento dos pais. A startup é residente do Cubo Itaú, maior hub de fomento ao empreendedorismo da América Latina.

“Se a família costuma pagar o ano letivo à vista, aproveitamos a informação para oferecer pacotes com descontos mais atrativos. Conhecendo melhor os alunos, conseguindo oferecer os melhores serviços”, explica Erick Moutinho, sócio da Eskolare.

Com 250 escolas cadastradas e 25 mil usuários inscritos, a startup afirma ser possível economizar até 7% comprando os materiais pela plataforma, uma vez que alunos, escolas e fornecedores estão integrados. “Temos 100 parceiros cadastrados em nosso banco de dados para chegar a um preço mais acessível aos clientes”, garante Moutinho.

De acordo com o empresário, a plataforma ainda não foi integrada a dispositivos móveis e funciona apenas pela internet, mas a tendência é de que o IoT faça cada vez mais parte do dia a dia do negócio conforme o banco de dados da startup ganhe corpo.

Vale lembrar que a Eskolare adquiriu a List It por R$ 600 mil há um mês — o e-commerce foi criado pelo jovem empreendedor Davi Braga, hoje com 18 anos, em 2014.

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