O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), conhecido por medir a “inflação ao consumidor”, registrou queda de 0,09% em agosto. Foi a menor taxa para o mês desde 1998, quando o indicador apresentou queda de 0,51%. O índice foi divulgado pelo IBGE nesta quinta-feira (6).
A queda contrapõe o registrado pelo IBGE no mês anterior, quando o IPCA teve a maior alta para o mês de julho em 23 anos. O índice teve alta de 1,26%, em julho, maior valor para o mês desde 1995.
Foi a primeira vez no ano que o IPCA registrou deflação. Apesar disso, no acumulado de 2018, o índice avança 2,85% — acima dos 1,62% registrado no mesmo período em 2017. Para o período dos últimos 12 meses, o IPCA tem alta de 4,19%.
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A principal retração foi registrada nos setores de alimentos e bebidas e de transportes (queda de 0,34% e 1,22%, respectivamente), dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados no mês.
O impacto negativo do setor dos transportes foi o mais importante para o índice no mês. O destaque dessa variação negativa vem do grupo das passagens aéreas, que após alta de 44,51% em julho, teve uma queda de 26,12% em agosto.
Já o setor de alimentação, apresenta o segundo mês consecutivo de deflação. Dos itens consumidos pela família, o maior recuo em agosto veio da cebola, com retração de 22,9%, seguida pela batata inglesa, com queda de 11,89%.
Alimentação
O grupo Alimentação, que responde por 25% das despesas das famílias, passou de uma contribuição de -0,03 ponto porcentual sobre o IPCA de julho para um impacto de -0,08 ponto porcentual, em agosto. Significa que a deflação destes produtos teve um impacto maior, em agosto, do que no mês anterior.
Os preços dos alimentos para consumo no domicílio caíram 0,72% em agosto, após já terem recuado 0,59% em julho.
Diversos itens importantes na cesta de consumo das famílias ficaram mais baratos, entre eles a cebola (-22,19%), a batata-inglesa (-11,89%) e o tomate (-4,84%).
Por outro lado, as famílias pagaram mais pelo arroz (2,51%), macarrão (2,47%), queijo (1,30%), refrigerante (0,96%) e frutas (0,60%).
A alimentação fora de casa desacelerou o ritmo de alta, passando de aumento de 0,72% em julho para 0,32% em agosto, com destaque para o lanche fora de casa (de 1,40% em julho para 0,77% em agosto) e a refeição fora de casa (de 0,39% em julho para 0,23% em agosto).
Transportes
Os transportes deram trégua ao orçamento das famílias em agosto. Os preços recuaram 1,22%, após o avanço de 0,49% em julho, segundo os dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O grupo Transportes deu a maior contribuição negativa para o IPCA do mês, -0,23 ponto porcentual.
As passagens aéreas saíram de uma alta de 44,51% em julho para uma queda de 26,12% em agosto, o item de maior impacto negativo sobre o IPCA do último mês, o equivalente a uma contribuição de -0,11 ponto porcentual.
Por outro lado, os combustíveis ficaram 1,86% mais baratos, com destaque para as quedas do etanol (-4,69%) e da gasolina (-1,45%).
O ônibus urbano teve aumento de 0,04%, devido ao reajuste de 14,28% na tarifa de Rio Branco (7,24%), em vigor desde 14 de julho.
Queda mais forte do que o esperado
A deflação foi mais intensa do que havia sido projetado por analistas. Especialistas ouvidos pelo Projeções Broadcast, por exemplo, previam desde uma queda de 0,06% até alta de 0,10% para o IPCA de agosto. O valor registrado (-0,09%) foi abaixo do menor valor previsto pelos analistas.
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