O ministro Miguel Rossetto (Secretaria-Geral) minimizou decisão da agência Standard & Poor’s (S&P) de colocar a nota do Brasil em perspectiva negativa.

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Questionado sobre o tema, após lançamento nesta terça-feira (28) do portal “Dialoga Brasil”, o ministro argumentou que o país “tem uma economia forte”. “Já vivemos situações melhores e piores. Vamos sair dessa situação de dificuldade mais fortes”, afirmou.

Na escala da agência, o Brasil está no limite do grau de investimento, com a nota “BBB-”, mas a perspectiva deixou de ser neutra. Com a decisão, a agência sinaliza que o país poderá passar a ter grau especulativo, o que poderia levar a uma alta dos juros brasileiros.

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Esse movimento preocupa o governo Dilma também porque trará mais pressão de alta para o dólar. Após o anúncio, a moeda americana chegou a subir mais de 2% e a ser cotada a R$ 3,44, mas recuou.

A analista para a América Latina Lisa Schineller disse, em entrevista, que a S&P ainda tem a expectativa de que o Brasil reverta as atuais condições de implementação de sua política fiscal, motivo pelo qual a agência não rebaixou a nota para grau especulativo.

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Manifestações

Responsável por fazer a ponte entre o governo federal e movimentos sociais, Rossetto também demonstrou naturalidade ao ser questionado sobre as manifestações contrárias ao governo Dilma, agendadas para o dia 16 de agosto. “Nós não estamos preocupados. As manifestações, críticas ou favoráveis, fazem parte da democracia”, disse.

Ele reconheceu, no entanto, que a presidente fará, em breve, mais aparições públicas, fazendo “acompanhamento” de obras em desenvolvimento. “Nosso pais é muito maior que as dificuldades que vivemos neste momento. Nossas instituições são muito mais fortes que eventuais crises políticas momentâneas”, disse.

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“O Brasil tem enorme capacidade de superação das suas crises e a presidente Dilma vai liderar positivamente esse momento para o nosso país”, concluiu. O ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) argumentou que “o governo nunca deixou de dialogar com a população”, reforçou.

Questionado sobre a nova fase da Operação Lava Jato, que atingiu o setor elétrico, o ministro afirmou que a corrupção no país “infelizmente é histórica”. “Na medida em que existir indícios, em qualquer setor, seja no governo federal, nos governos estaduais ou municipais, ou em qualquer Poder, [ela] deve ser investigada.”

Decisão da S&P mostra que reduzir meta fiscal foi equívoco, diz líder da oposição

O líder da oposição no Congresso, deputado Pauderney Avelino (DEM-AM), disse nesta terça-feira (28) que a perspectiva de rebaixamento da nota de classificação de risco do Brasil pela Standard & Poor’s (S&P) mostra que a decisão do governo de reduzir a meta fiscal foi equivocada.

“Mais uma vez, o governo Dilma/PT errou ao indicar que, mesmo num momento de forte crise, ampliaria os gastos, postura que contradiz a cartilha do bom senso, que recomenda corte de gastos quando em momentos de dificuldade”, afirmou, por meio de nota.

A agência de classificação de risco alterou a perspectiva do rating BBB- do Brasil de estável para negativa. A nota da agência representa apenas um degrau acima do grau especulativo. “O iminente rebaixamento mostra que o ministro (da Fazenda) Joaquim Levy tinha razão quando defendia a manutenção ou até o endurecimento das metas. Com o endividamento público crescente, era hora de apertar o cinto”, comentou o deputado.

O líder chamou o ministro da Fazenda de “ilha isolada de razão no mar da irresponsabilidade petista”.