Loja da rede Marisa na Rua XV, em Curitiba: lista de unidades que podem fechar não foi divulgada.| Foto: Antonio More /Gazeta do Povo

As Lojas Marisa podem continuar com a estratégia de reduzir o seu número de lojas neste ano. A empresa fechou o mês de março com 400 unidades, nove a menos do que em 31 de dezembro. No último trimestre do ano passado, mais 12 lojas haviam sido fechadas.

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“Sempre temos em análise um grupo de lojas com performance abaixo daquilo que desejamos e, se não houver melhoria, novos fechamentos podem acontecer”, disse na terça-feira (3), em teleconferência com analistas, Rene Silva, diretor de vendas da companhia. As lojas que podem ser fechadas não foram divulgadas.

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Além de reduzir o número de unidades – que é maior do que o de concorrentes que faturam mais, como Riachuelo e Renner –, a companhia também tenta corrigir os erros em coleções que causaram encalhes de produtos nas lojas. Segundo o diretor administrativo e de relações com investidores da varejista, Adalberto Pereira Santos, a empresa perdeu clientes por causa de coleções inadequadas.

“A companhia passou dois anos convivendo com problemas de coleção e necessidade de remarcação de preços”, disse o executivo. “O cliente se acostumou a ir à loja buscar os produtos em desconto. Já o bom cliente, aquele que busca moda, foi embora.”

Para Santos, a Marisa passa por um período de “reconstrução”, com ajustes nas coleções e repasses da custos aos preços. “Essa reconstrução não se faz em um ou dois trimestres, nós temos consciência disso.” A diretora de compras da companhia, Janaína Machado, disse que, ao fim de março, cerca de 30% do portfólio de produtos já havia sido renovado. Ela frisou que as vendas já mostraram reação em abril.

Balanço

O resultado da Marisa no primeiro trimestre refletiu a crise econômica e as dificuldades internas da companhia. O prejuízo da companhia foi de R$ 17,2 milhões no período, três vezes maior do que o apurado há um ano. A receita caiu 10,5%, na mesma comparação, para R$ 608,5 milhões.

Entre janeiro e março, as vendas da Marisa no critério mesmas lojas (unidades abertas há mais de um ano) tiveram uma queda de 7,1%, em relação ao primeiro trimestre do ano passado. “As vendas continuam fracas diante de um cenário macroeconômico em deterioração e de problemas de execução na companhia que estão sendo gradualmente endereçados”, comentaram os analistas do Credit Suisse. Entre os avanços, o banco destacou um melhor controle das despesas no início de 2016.

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