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Acidente

Marinha apontou falhas em plataforma da Petrobras que explodiu

Segundo Capitania dos Portos, deficiências apontadas por perícia foram corrigidas pela BW Offshore no ano passado

Inspeções feitas pela Marinha no ano passado apontaram problemas de segurança no navio-plataforma que prestava serviços à Petrobras e explodiu no Espírito Santo na última quarta-feira (11).

A Capitania dos Portos do Espírito Santo informou que a embarcação, denominada FPSO Cidade de São Mateus, foi periciada no dia 3 de abril de 2014 e que foram anotadas 12 deficiências na ocasião.

O FPSO Cidade São Mateus é um navio-plataforma de extração de óleo e gás de propriedade da empresa BW Offshore e que presta serviço para a Petrobras. Havia 74 trabalhadores na embarcação.

O órgão não detalhou os problemas apontados. Segundo reportagem do jornal "O Estado de S. Paulo", a Marinha alertou para defeitos no sistema de detecção de incêndio e gás e destacou que havia pontos com "alto grau de corrosão" em áreas do navio. Alguns dos problemas já haviam sido apontados em inspeções realizadas desde 2009, de acordo com a publicação.

Em nota, a capitania afirmou que as deficiências apontadas pela perícia de abril de 2014 foram corrigidas pela empresa BW Offshore, operadora da plataforma, e consideradas sanadas em 28 de maio do mesmo ano.

No dia seguinte, foi emitida a declaração de conformidade para operação da plataforma, autorizando seu funcionamento em águas brasileiras. O documento tem validade até 3 de abril de 2015.

A capitania ressaltou que as falhas não tinham relação com os equipamentos da casa de bombas da embarcação, local onde teve origem o acidente da última quarta.

Sem registroSEM REGISTRO

Um dia após a explosão que deixou ao menos cinco mortos e 26 feridos, o Crea-ES (Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura do Espírito Santo) divulgou que notificará a empresa BW Offshore, que opera a embarcação, por falta de registro no órgão.

O conselho também diz que a empresa não constava na lista de contratadas pela Petrobras. "Caso a offshore não tome medidas para regularização, após receber a notificação do Crea, a empresa será multada", diz nota divulgada na noite desta quinta (12).

Segundo o Crea, para uma empresa exercer atividades no estado, o registro é obrigatório.

A reportagem procurou a BW Offshore e a Petrobras para se pronunciarem sobre a ausência de registro da operadora e o relatório da Marinha que apontou falhas no navio-plataforma, mas nenhuma das companhias respondeu até a publicação da reportagem.

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