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E se o creme hidratante ou o shampoo que você usa diariamente fossem desenvolvidos na nuvem, aquela mesma onde você armazena documentos, fotos e músicas? O que pode soar como pouco provável já é realidade há quase um ano na Natura, multinacional brasileira de cosméticos que apostou no Google Cloud Platform para otimizar e acelerar o processo de inovação de seus produtos.

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Além de armazenar os dados técnicos de testes laboratoriais realizados pela empresa, a plataforma de computação em nuvem é capaz de cruzá-los com agilidade e avaliar a efetividade dos ativos, além de permitir simulações de benefícios, como seu poder de hidratação, por exemplo.

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“Com este processamento robusto, passamos de um modelo que era de tentativa, avaliação e análise para um modelo preditivo de estimativa de resultado. Antes, para que chegássemos a uma molécula nova, poderíamos testar centenas de plantas, uma a uma, extrair o ativo, colocar no creme e avaliar se deu ou não resultado. Agora, ao invés de testar todas elas, fazemos simulações no computador e reunimos um grupo de três ou quatro moléculas que têm maior probabilidade de funcionar antes de os testes irem para a bancada [do laboratório]”, ilustra Daniel Gonzaga, diretor de Inovação de Produtos da Natura.

Assim, a plataforma funciona como uma ferramenta de otimização para o pesquisador, que tem mais assertividade nas suas escolhas e utiliza melhor o seu tempo analisando ativos e fórmulas com reais chances de sucesso. Isso trouxe uma redução no tempo de processamento dos testes na ordem de 30%, segundo Gonzaga.

Tecnologia a favor da ciência

Todo o processo, do armazenamento dos dados à simulação dos benefícios dos ativos cosméticos, é feito dentro do ambiente da nuvem, ou seja, pela internet, com o auxílio de processadores que têm pelo menos quatro vezes mais capacidade do que um equipamento comum, como explica Antonio Chaddad, gerente de contas do Google Cloud para o Brasil.

“O Google entrega na nuvem estas máquinas de alta capacidade com processadores especiais, que no caso da Natura é o GPU [Graphics Processing Unit, ou Unidade de Processamento Gráfico], que entrega resultados muito mais rápidos em um processamento 100% [em ambiente digital]”, detalha o gerente.

Alta capacidade dos processadores permite otimizar em 30% o processamento dos testes com os ativos cosméticos. Foto: Divulgação
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Além de excluir a necessidade de aquisição de softwares e hardwares pela empresa, o uso da plataforma permite a otimização da capacidade de processamento da ferramenta, uma vez que ela utiliza a mínima necessária para a execução de uma tarefa.

“Enquanto na computação tradicional as empresas compram computadores com a maior capacidade possível prevendo o máximo que podem vir a usar algum dia, deixando uma capacidade ociosa muito grande, na nuvem o raciocínio é inverso. Você vai usar apenas o necessário, então a economia em escala é grande”, reforça Chaddad. A facilidade de compartilhamento dos dados em nuvem entre as áreas da empresa, que traz agilidade aos processos, é outro dos benefícios listados pelo gerente de contas.

A Natura não divulga quanto investiu na plataforma, que já é utilizada em cerca de 60% a 70% dos projetos da empresa, segundo Gonzaga. Nos próximos meses, inclusive, devem chegar ao mercado produtos desenvolvidos com o auxílio dela. A empresa é a primeira do setor de cosméticos a utilizar o Google Cloud Platform e também o primeiro case do país no qual a ferramenta foi aplicada de maneira produtiva no core do negócio, segundo Chaddad.