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Nome sujo
Dados do Serasa mostram que o equivalente a 43,78% da população adulta brasileira está com restrições ao crédito| Foto: José Cruz/Agência Brasil

Cinco unidades da federação têm mais da metade de sua população adulta com "nome sujo": Rio de Janeiro, Amapá, Amazonas, Distrito Federal e Mato Grosso. Os números da Serasa se referem ao fim do primeiro semestre e não refletem o início do programa Desenrola, de renegociação de dívidas, lançado no dia 17 de julho pelo governo federal.

No Brasil eram 71,45 milhões de inadimplentes no mês passado, o que corresponde a 43,78% da população adulta. Mais de dois terços dos inadimplentes têm entre 26 e 60 anos; 50,3% são mulheres. Dívidas com bancos, cartão de crédito, varejo e contas rotineiras, como água, luz e gás são as maiores responsáveis por deixar o consumidor com o "nome sujo".

A liderança do Rio de Janeiro coincide com a situação econômica vivida pelo estado. Apesar de ainda ser a segunda maior economia do país, está vendo cada vez mais perto, no retrovisor, o terceiro colocado: Minas Gerais. A economia fluminense cresceu a um ritmo de 0,71% ao ano entre 2002 e 2020, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No Brasil, a expansão média anual do PIB foi de 1,97% ao ano.

Apesar de não haver números mais recentes sobre o PIB estadual, outro indicador sugere a dificuldade do estado em gerar oportunidades de trabalho: no primeiro trimestre do ano, o Rio tinha a sétima maior taxa de desemprego do país (11,6%).

O comércio fluminense é o principal setor a sentir os problemas relacionados à inadimplência. Nos 12 meses encerrados em maio, as vendas no comércio varejista ampliado (que inclui carros e material de construção) caíram 2,5%. No país, os números ficaram perto da estabilidade, com variação positiva de 0,2%.

No outro extremo, seis estados têm menos de 40% da população adulta com o "nome sujo": Piauí (36,18%), Santa Catarina (37,14%), Maranhão (38,82%), Rio Grande do Sul (39,22%), Paraíba (39,29%) e Minas Gerais (38,82%).

Sinal de alento com queda no número de pessoas com "nome sujo"

Um sinal de alento no Brasil, segundo a Serasa, veio em junho, com a primeira queda no número de inadimplentes do ano. A retração foi de 0,63% em relação a maio. Também caiu o total de dívidas: 262,8 milhões ou 0,62%.

A expectativa é de uma nova queda neste mês por causa do programa de renegociação de dívidas. “Vai depender do número de pessoas negativadas neste mês”, diz Matheus Moura, diretor da Serasa.

Por outro lado, aumentou para R$ 4.846,15 o valor médio devido por pessoa. A elevação foi de 0,78% no mês. O valor médio de cada dívida, enquanto isso, subiu 0,77%, para R$ 1.317,60. Nesse cenário, a dívida total dos negativados chegou a R$ 346,3 bilhões, 0,15% a mais do que em maio.

Os primeiros números após o lançamento do Desenrola são favoráveis. Segundo o birô de crédito, na primeira semana do programa foram realizadas mais de um milhão de negociações relacionadas a dívidas com bancos e outros segmentos. É um crescimento de 61% em relação a período similar em junho. “Há uma sinalização de pessoas renegociando suas pendências financeiras e buscando o retorno ao mercado de crédito”, destaca Moura.

Inadimplentes no Brasil

% de inadimplentes na população adulta, segundo o Serasa:

UF Percentual
RJ 52,80%
AP 52,72%
AM 52,20%
DF 52,05%
MT 50,33%
RR 49,23%
MS 48,69%
PE 46,19%
SP 45,61%
TO 45,52%
CE 45,50%
RO 45,44%
AC 44,57%
RN 42,76%
GO 42,57%
SE 42,21%
PR 42,00%
BA 41,36%
ES 40,39%
PA 40,34%
AL 40,05%
MG 39,42%
PB 39,29%
RS 39,22%
MA 38,82%
SC 37,14%
PI 36,18%
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