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Ilbert Manke trabalha na Hering há 40 anos: afinador experiente faz a diferença | Franco Fuchs/ Gazeta do Povo
Ilbert Manke trabalha na Hering há 40 anos: afinador experiente faz a diferença| Foto: Franco Fuchs/ Gazeta do Povo

Blumenau - Como todas as empresas de Blu­me­­nau, em Santa Catarina, a He­­ring Harmônicas foi seriamente afe­­tada pelas chuvas que arrasaram a cidade no fim de 2008. Mas nem por isso essa fábrica, fundada há 86 anos, perdeu a liderança do mer­­cado nacional das famosas gaitinhas de boca.

"Em novembro do ano passado paramos completamente por 15 dias. Nossos funcionários não po­­diam vir trabalhar. Alguns tiveram suas casas destruídas e teve gente que perdeu até parentes por causa dos deslizamentos de terra", lembra o diretor da Hering, Alberto Ber­­tolazzi. Ele estima que a empresa deixou de faturar cerca de R$ 500 mil só com as vendas do Natal passado, que ficaram todas atrasadas.

As contas da Hering entraram nos eixos a partir de junho deste ano, com ajuda do reaquecimento da economia, após a crise que atrapalhou o começo do ano. Foi quando ela voltou a produzir cerca de 15 mil gaitas ao mês, de 53 modelos di­­ferentes, que cabem em todos os bolsos. A fábrica oferece opções de produtos que vão da iniciante Yara (em torno de R$ 50), passando pela Vintage 1923 Harp, (uma das mais vendidas, na faixa de R$ 100), até chegar na top de linha Free Note (de R$ 1,5 mil).

No Brasil, a Hering domina cerca de 70% do mercado de harmônicas, que por sua vez movimenta em torno de R$ 8 milhões ao ano. Suas vendas se concentram principalmente em São Paulo, enquanto Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul vêm na sequencia como maiores centros consumidores.

No momento, a principal concorrente nacional da Hering é a Bends, que tem fábrica na região metropolitana de São Paulo. "Mas eles ainda não têm uma diversidade de produtos como a Hering. É uma empresa que ainda está entrando no mercado [surgiu em 2006], enquanto nós já temos 86 anos de experiência."

Bertolazzi afirma que, nesse ramo, é difícil empresas novas se tornarem competitivas. Para se produzir instrumentos de qualidade os investimentos são altos e o retorno não surge a curto prazo. "Um profissional afinador de harmônica, por exemplo, demora no mínimo quatro anos para se aperfeiçoar e trazer lucro para a empresa. Sem falar que leva tempo para uma marca construir um nome no mercado."

Segundo Bertolazzi, a principal disputa da Hering é travada com duas empresas alemãs – a Hohner e a Seidel – e outras duas japonesas – a Suzuki e a Tombo. Em meio a uma acirrada competição pelo mercado internacional de harmônicas (que movimenta cerca de U$ 85 milhões), a Hering exporta seus produtos para mais de 30 países.

Como estratégia para am­­pliar seus negócios, a empresa aposta também na fabricação de acessórios para músicos, como suportes de microfone, por exemplo, e instrumentos de percussão, da linha Hunter. "É uma forma de atrair representantes comerciais que podem oferecer outros produtos aos lojistas", afirma Bertolazzi. Segundo ele, essa marca paralela já representa 40% do faturamento da empresa.

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