Fábrica da Tesla, nos Estados Unidos: excesso de automação está causando atrasos para a empresa| Foto: Jasper Juinen/Bloomberg

O excesso de automação está causando problemas para a Tesla, conforme analistas do setor apontavam. Agora, o próprio CEO da empresa, Elon Musk, admite isso. Ele reconheceu que o atraso na linha de produção do Model 3 tem relação com a quantidade de tecnologia aplicada nas fábricas da empresa. 

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Em seu Twitter, na semana passada, afirmou que “a automação excessiva na Tesla foi um erro. Mais precisamente, um erro meu. Os humanos são subestimados”.

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Musk também deu uma entrevista sobre o tema à rede americana de televisão CBS em que disse ter “se livrado” dessa linha de robôs - mas não precisou qual será a solução para o atraso na produção dos veículos. 

O bilionário chegou a admitir estar trabalhando noite e dia - e eventualmente dormindo na fábrica. Ainda assim, afirmou nas redes sociais que a montadora será rentável nos terceiro e quarto trimestres deste ano sem precisar de investimentos adicionais. 

Analistas do setor apontavam os problemas do excesso de automação

Em março, a Bernstein fez um relatório em que dizia que a obsessão por automação do empreendedor estaria custando mais que a receita da empresa.  “Acreditamos que a Tesla foi ambiciosa demais com automação no Model 3”, disse o relatório. “A empresa não automatizou apenas a estamparia, pintura e soldagem, mas tentou automatizar a montagem final”, prossegue. “É aí que a Tesla parece estar enfrentando problemas”. 

Além disso, a Tesla aparentemente não está economizando com essa automação excessiva. Os analistas calculam que o nível de robotização da empresa consegue cortar algo em torno de US$ 150 por carro em cargos de fábrica - mas gasta US$ 100 para pagar o salário de um engenheiro qualificado para programar essas máquinas. “Além disso, colocar automação na planta parece envolver custos capitais US$ 4.000 mais altos por unidade do que uma fábrica normal”, diz o texto. 

Os analistas destacam que montadoras japonesas costumam limitar a automação porque “é cara e estatisticamente se relaciona inversamente com qualidade”. Por isso, as companhias asiáticas tendem a focar primeiro em fazer as coisas corretamente, para depois investir em robôs. Outras empresas, como a Fiat e a Volkswagen, pontuam os analistas, tentaram automatizar todo o processo antes - e falharam. Endividada, a Tesla provavelmente não conseguiria lidar com um problema desses por muito tempo. 

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