No balanço de empresas abertas e fechadas em 2012, construção civil obteve o melhor saldo| Foto: Brunno Covello/ Gazeta do Povo

A taxa de sobrevivência das empresas em 2012 foi a maior em cinco anos, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que divulgou ontem o estudo Demografia das Empresas 2012. A taxa de entrada, porém, foi a menor na mesma comparação. Técnicos apontaram a desaceleração da economia naquele ano como fator de desincentivo à abertura de empresas. O Produto Interno Bruto (PIB), soma de toda a renda gerada no país, cresceu apenas 1% em 2012.

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INFOGRÁFICO: Confira a taxa de sobrevivência das empresas brasileiras em 2012

"O número menor de entradas e o menor crescimento geral do cadastro são indicativos dessa desaceleração. Não só aí, mas também no pessoal ocupado assalariado, que teve expansão reduzida", observou Bruno Erbisti Garcia, gerente do Cadastro Central de Empresas (Cempre), que serve de base de dados para a pesquisa.

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O número de empresas ativas cresceu 1,3% em 2012 ante 2011, para 4,6 milhões. O levantamento não inclui os microempreendedores individuais (MEI). De acordo com o IBGE, a taxa de sobrevivência (número de empresas ativas em anos anteriores e que seguiram operando sobre o total de empresas) foi de 81,3%, o maior resultado desde 2008.

Além das sobreviventes, o ano de 2012 registrou a entrada de 860 mil empresas – uma taxa de entrada de 18,7%, a menor em cinco anos. "A sobrevivência ser alta é um fator de estabilidade, mas uma taxa de entrada menor é um fator de desaceleração", explicou Garcia. Outras 799,4 mil empresas saíram do mercado em 2012, o que significou uma taxa de saída de 17,4%.

As companhias de menor porte, sem nenhum funcionário, são as mais voláteis e representam pelo menos dois terços das entradas e saídas no ano, segundo o instituto. Já as empresas mais consolidadas, com mais de dez empregados, respondem por menos de 2% desses casos.

O setor de comércio teve os maiores números absolutos de empresas entrando no mercado (372,8 mil) e saindo (390,2 mil), mas o saldo final foi negativo, puxado pelas empresas varejistas. "Apesar disso, ainda é o setor que gera mais vagas [281 mil] e tem um peso muito grande no número total de empresas", ponderou o gerente da pesquisa, Francisco de Souza Marta.

A construção, por sua vez, obteve o maior saldo de empresas criadas. As entradas superaram em 18,3 mil o número de saídas. A atividade também obteve a melhor taxa de entrada (27,1%) e a segunda maior geração de vagas, com 152,2 mil novos postos de trabalho.

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