Oposição quer que Mantega e Lima Neto esclareçam operações

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Os partidos de oposição acusaram o governo de esconder os reais motivos que provocaram a demissão do presidente do Banco do Brasil, Antônio Lima Neto. A oposição avalia que a saída de Lima Neto foi decidida por conta de problemas em operações de socorro feitas a instituições financeiras, com problemas de insolvência, às quais não foram dadas publicidade.

Por causa disso, PSDB, DEM e PPS decidiram apresentar requerimento de convocação na Câmara e no Senado para que o ministro Guido Mantega explique os motivos que levaram o governo a demitir Lima Neto. Também serão convocados o próprio Lima Neto e a presidente da Caixa Econômica Federal, Maria Fernanda Coelho, para que esclareçam quais operações foram feitas dentro do alcance da Medida Provisória 443. A MP, editada pelo governo no auge da crise, permitiu que Banco do Brasil e Caixa comprassem instituições financeiras com problemas.

A crítica à atuação de Lima Neto, porém, não parte apenas da oposição. Em conversas reservadas, petistas dizem que o ex-presidente do Banco do Brasil tinha uma "cabeça neoliberal" e uma atuação direcionada para o mercado financeiro.

Segundo as fontes, Lima Neto sempre teve problemas de relacionamento com o ministro Guido Mantega e há tempos o presidente Luiz Inácio Lula da Silva planejava demiti-lo, mas não o fez antes porque não queria demonstrar ingerência demasiada na instituição.

Na direção do BB, Lima Neto era considerado "muito conservador", um homem que andava sempre "com o freio de mão puxado".

Diferenças de lado

O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro Neto, sugeriu que as diferenças políticas sejam colocadas de lado neste momento em que há uma crise financeira internacional. Ele se referia à solicitação, pela oposição, de esclarecimentos a respeito da saída do presidente do BB. "A disputa política tem que respeitar o momento da economia e o papel dos bancos públicos."