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Além de conferir o preço, consumidores devem atentar para o peso dos ovos de Páscoa | Hugo Harada/ Gazeta do Povo
Além de conferir o preço, consumidores devem atentar para o peso dos ovos de Páscoa| Foto: Hugo Harada/ Gazeta do Povo

Discrepância

Segundo pesquisa que o Ipem-PR deve divulgar nesta semana, os produtos de chocolate são itens de Páscoa pouco problemáticos quando são comparados o peso na embalagem e o peso real. Dos seis produtos pré-medidos (embalados pela indústria ou envasadores) que apresentaram discrepâncias na Grande Curitiba, apenas um é de chocolate. Os outros cinco são pescados – o erro mais usual é o pacote conter mais gelo do que deveria. A pesquisa foi feita em fábricas paranaenses e no laboratório do instituto, no caso de produtos fabricados fora do estado.

Preços

Mesmo menores, produtos são reajustados acima da inflação

Consultadas pela Gazeta, as marcas preferiram não comentar se houve reajustes nos valores praticados nas vendas ao comércio. Os preços médios ao consumidor levantados pelo Procon-PR no fim de março, porém, revelam que nem todos os itens tiveram aumento equivalente apenas à inflação do período – por exemplo, aos 6,46% acumulados de março de 2013 a março passado, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

Enquanto os produtos da Nestlé e da Garoto estão mais baratos no varejo, há itens da Lacta mais caros do que em 2013. É o caso do ovo Bis Meio a Meio, que perdeu 2,15% da gramatura, mas teve aumento do preço ao consumidor de 15%. Ao todo, cinco produtos reduzidos da Lacta estão pelo menos 12% mais caros no comércio.

O superintendente da Associação Paranaense de Supermercados (Apras), Valmor Rovaris, defende que o comércio tem preferido manter margens de lucros menores na Páscoa para evitar liquidações. Ele ressalta que compete à indústria fixar tamanho, peso e preço dos produtos. Rovaris pondera, no entanto, que pesquisas de preço podem não refletir uma situação em longo prazo, uma vez que eles mudam a cada semana.

Em 2010, Garoto e Kraft Foods (atual Mondeléz) foram multadas pelo Ministério da Justiça por reduzirem o peso de ovos de Páscoa de um ano para o outro sem alterar preços. As notificações somaram R$ 591 mil para as empresas, que segundo a pasta modificaram o peso de um produto cada. Neste ano, o ministério informou ainda não ter recebido denúncias.

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Tabletes, ovos e até uma caixa de bombons estão mais "leves" na Páscoa deste ano. No levantamento específico de preços feito pelo Procon-PR neste mês com 217 produtos de chocolate, a Gazeta do Povo constatou que 17 itens podem ter mudado de peso em 2014 na comparação com o ano passado. Desses, 15 estão com gramas a menos – a variação foi de 0,93% a 16,6% menos chocolate. A maioria dos produtos vinha se mantendo com o mesmo peso desde 2012, segundo o levantamento do Procon-PR feito com base no estoque disponível no varejo de Curitiba.

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A redução no peso de produtos pela indústria é uma prática legal, desde que siga as regras de uma portaria baixada pelo Ministério da Justiça em 2002. A norma estipula que a redução de preço precisa ser proporcional à do peso e que o alerta deve ser impresso na embalagem por no mínimo 90 dias.

A regra, porém, não trata abertamente de produtos sazonais, vendidos apenas em certa época do ano. "A fábrica não é obrigada a vender produtos sazonais da mesma forma que no ano anterior. Mudam a embalagem, algo da receita. Não existe base comparativa e isso dificulta mesmo a pesquisa de preços", afirma Maria Inês Dolci, da associação de defesa dos consumidores Proteste.

O Procon-PR informou não ter registrado nos últimos anos qualquer reclamação de consumidores sobre o peso de itens de Páscoa. Responsável por checar se o peso dos produtos coincide com o impresso na embalagem, o Instituto de Pesos e Medidas do Paraná (Ipem-PR) alerta que a numeração informada pelos fabricantes de ovos de Páscoa é pouco significativa como métrica. "É preciso estar atento ao peso do produto e não à referência, que pode variar de fabricante para fabricante", avisa o gerente de fiscalização de pré-medidos, Sérgio Camargo.

Embalagem

Das quatro marcas responsáveis por produtos de chocolate que variaram o preço desde 2013, apenas a Lacta manteve os alertas para a Páscoa de 2014. A fabricante alterou (para menos) o peso de dez produtos, entre ovos, tabletes e caixas de bombons.

A Garoto, que reduziu cinco tabletes de chocolate, sustenta que informou o consumidor sobre a mudança no prazo estipulado pela portaria. De acordo com a marca, a mudança na produção ocorreu no fim de 2012.

Já a Nestlé argumenta que a caixa de Miniovos Especialidades – que, pela comparação, passou de 180 gramas para 236 gramas – entrou em 2014 como um produto "completamente novo", o que impediria comparações.

Mais pesados

A Ferrero Brasil, responsável pela marca Kinder Ovo, aumentou em 2014 o peso de dois produtos entre os 20 pesquisados pelo Procon-PR. O Chocolate ao Leite com Surpresa Kinder Natoons dobrou de peso, antes de 20 gramas. Em compensação, está 20% mais caro. Já o ovo Kinder Natoons com filhote de pelúcia aumentou 20% até chegar aos 150 gramas. Também foi reajustado em 2,5%.

ErrataO texto da reportagem foi modificado em 19/05/2014 depois que o Procon-PR corrigiu a tabela de preços de ovos de Páscoa pesquisados em 2013 com base em pedido da empresa Lacta. Segundo a fabricante, a barra de chocolate Bubbly não sofreu alteração de preços no período. A informação foi diferente da apresentada à Gazeta do Povo durante a apuração das informações, quando a empresa não questionou a tabela.

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