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Montevidéu (Uruguai) – Com três meses de antecedência, Brasil e Uruguai fecharam ontem as regras do acordo automotivo que irão vigorar entre 1.º de julho de 2007 e 30 de junho de 2008. Em troca da garantia de investimentos no Uruguai, o governo brasileiro conseguiu manter em 6,5 mil unidades a cota anual de exportação de veículos para o parceiro do Mercosul, sem pagamento de imposto de importação.

O acordo também prevê o aumento da cota uruguaia de 20 mil para 22 mil unidades. A ampliação servirá para incorporar a exportação de 2 mil carros blindados para o Brasil. Empresas brasileiras já negociam a instalação de uma fábrica de blindagem no Uruguai. Os carros serão importados pelo Uruguai, de países de fora do Mercosul e depois de incorporarem conteúdo de mão-de-obra regionais serão exportados para o Brasil. Dados do governo brasileiro avaliam que a venda desses veículos pode atingir US$ 80 milhões por ano.

O governo brasileiro também concordou em fixar uma cota para a venda de caminhões. Poderão entrar no Brasil, sem tarifa de importação, até 2,5 mil veículos entre 1,5 3,5 toneladas, que tenham 50% de componentes regionais. Uma cota de igual tamanho foi estabelecida para caminhões, com peso acima de 3,5 toneladas.

Para a vice-presidente da Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Elizabeth de Carvalhaes, também diretora de assuntos governamentais da Volkswagen, o fechamento das novas regras, antes do fim do atual acordo, em 30 de junho, permitirá o planejamento estratégico das empresas brasileiras. "Esse é o acordo que foi fechado no menor prazo de tempo. Normalmente eles são fechados na madrugada do último dia", destacou.

Os dois países também manterão um sistema de monitoramento, a cada dois meses, de investimentos no Uruguai. Os representantes brasileiros e uruguaios voltarão à mesa de negociação em dezembro deste ano. Caso o monitoramento indique a necessidade de medidas de compensação para equilibrar o comércio bilateral, poderá ser negociada uma limitação às exportações brasileiras.

No ano passado, o Brasil exportou US$ 185 milhões em veículos e peças para o Uruguai e importou apenas US$ 12 milhões. Para equilibrar a balança comercial automotiva bilateral os uruguaios têm pressionado o Brasil para estimular investimentos no país.

O secretário de Desenvolvimento da Produção do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Antônio Mello, destacou que os dois governos fixaram compromisso de caminhar para a definição de uma política comum no Mercosul. "Dessa forma criaremos as condições para a atração de investimentos", disse Mello.

O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, que assinou o acordo pelo lado brasileiro, acredita que os mercados dos países do bloco já estão maduros para a implementação da Política Automotiva do Mercosul (PAN).

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