Paralisações da Receita e da Anvisa tumultuam portos pelo país

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Os principais portos do país já começam a sentir os efeitos da greve dos funcionários da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e da operação-padrão da Receita Federal. Em alguns casos, a fila de navios que esperam autorização aumentou mais de dez vezes. É o caso do Porto de Vitória. O número de embarcações que esperam autorização para atracar no Espírito Santo saltou de dois, em dias normais, para 13, nesta terça-feira

Segundo uma fonte do setor, a greve dos funcionários da Anvisa, que começou semana passada, ganhou força no fim de semana, mas os reflexos começaram a ser sentidos com maior intensidade desde a última segunda-feira. No Porto do Rio, a movimentação caiu pela metade. Em vez dos dez navios atracados por dia, o Porto contabilizou apenas cinco nesta terça-feira.

"A greve da Anvisa prejudica num primeiro momento mais que a operação-padrão da Receita, já que, sem a inspeção e a liberação do navio pela Anvisa, não há como entrarem no porto e atracarem. A operação-padrão da Receita prejudica num momento posterior, depois das mercadorias desembarcadas e fiscalizadas pela Receita", diz uma fonte do Porto do Rio.

A Libra, uma das empresas que opera terminais no Porto do Rio e em Santos, diz que a greve da Anvisa está, até o momento, atrasando o desembarque e o embarque de mercadorias em um dia. Além disso, informa a companhia, há o acúmulo de contêineres, que dependem de inspeção da Anvisa.

"Em função deste cenário, temos conseguido um ganho de produtividade de 15%, o que gera um custo elevado para os terminais e também para os armadores", afirma Wagner Biasoli, presidente da Libra Terminais.

No Porto de Santos, onde a capacidade é de 54 navios, o número de embarcações em espera é de 78 navios. O número é superior aos 72 navios registrados por dia, em média, na semana passada. Porém, o Porto informou que é difícil relacionar o aumento da fila de embarcações apenas com a greve da Anvisa.