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Lucro registrado no primeiro trimestre é um alívio depois do prejuízo de quase R$ 22 bilhões em 2014. | Antonio Lacerda/EFE
Lucro registrado no primeiro trimestre é um alívio depois do prejuízo de quase R$ 22 bilhões em 2014.| Foto: Antonio Lacerda/EFE

Sob o comando de uma nova diretoria, a Petrobras apurou lucro líquido de R$ 5,33 bilhões no primeiro trimestre de 2015, queda de 1,2% em relação ao mesmo período de 2014, sem contar a inflação.

Ainda assim, é um alívio depois do prejuízo de quase R$ 22 bilhões registrado em 2014. O rombo foi provocado por perdas com a má gestão e com a corrupção descoberta pela Operação Lava Jato.

Sem aval dos auditores independentes, a empresa só conseguiu retomar a divulgação dos seus resultados um mês atrás.

A estatal agora luta para deixar a crise para trás, mas enfrenta três vilões: a desvalorização cambial, a queda do preço do petróleo no mercado internacional e a menor demanda do mercado brasileiro, resultado da recessão da economia. Esses fatores contribuíram para um recuo de 9% na receita da companhia no primeiro trimestre em relação ao mesmo período do ano passado, para R$ 74,4 bilhões.

O faturamento da empresa caiu, apesar do aumento da produção de petróleo, que cresceu 12% no primeiro trimestre por causa da entrada em funcionamento de algumas plataformas. A desvalorização do real elevou a dívida da companhia, que está boa parte em dólar.

O endividamento líquido da Petrobras avançou 18%, para R$ 332 bilhões em dezembro do ano passado. As despesas financeiras pesaram para a redução do lucro.

Geração de caixa

Por outro lado, a estatal colhe os frutos do reajuste de 5% no preço do diesel e de 3% no preço da gasolina, que foram concedidos pelo governo em 7 de novembro do ano passado, após muita postergação por causa das eleições.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações), que reflete a geração de caixa da empresa, cresceu 50% em relação ao primeiro trimestre de 2014, para R$ 21,518 bilhões.

Esse indicador é muito observado pelo mercado financeiro. A geração de caixa melhorou porque, com a queda do preço do petróleo, ficou mais barato o aluguel de sondas e plataformas.

Os investimentos da Petrobras encerraram o primeiro trimestre deste ano em R$ 17,8 bilhões, recuo de 13% em relação ao verificado em igual período de 2014, de R$ 20,5 bilhões. O principal motivo foram as postergações de projetos na área de refino de petróleo.

Dividendos

Satisfeita com o lucro líquido, a companhia informou que, se os resultados de 2015 forem positivos, voltará a pagar dividendos normalmente. No ano passado, por causa do prejuízo, a petroleira não deu retorno aos acionistas.

O mercado aguarda com ansiedade o novo plano de negócios, que deve trazer cortes relevantes nos investimento. A divulgação está prevista para a segunda quinzena de julho.

Bendine diz que lucro menor espelha depreciação cambial

  • são paulo

Em breve carta aos acionistas e investidores da Petrobras sobre os resultados da companhia, o presidente da estatal, Aldemir Bendine, ressalta, em primeiro lugar, o lucro operacional de R$ 13,3 bilhões e um Ebitda ajustado de R$ 21,5 bilhões registrados no primeiro trimestre do ano, números 76% e 50%, respectivamente, superiores aos do primeiro trimestre de 2014. Resultado que, segundo ele, é explicado, sobretudo, pela maior produção de petróleo, pelas maiores margens nas vendas de combustíveis no Brasil e pelos menores gastos com participações governamentais e importações.

Já a queda de 1% no lucro líquido de R$ 5,33 bilhões é atribuída, especialmente, à depreciação cambial do período. No documento, Bendine ressalta que a empresa trabalha para manter o desempenho econômico-financeiro em patamares elevados. “Como já pude mencionar em algumas ocasiões, nosso objetivo é desenvolver uma companhia rentável, com excelência em governança e que seja capaz de utilizar de maneira eficiente sua base de ativos para gerar o máximo de valor aos seus acionistas e investidores”, observa. De acordo com ele, é com este propósito que está sendo elaborado um novo plano de negócios que irá delinear a visão para o futuro da companhia.

Na visão do presidente da Petrobras, um importante elemento deste plano é a desalavancagem da companhia, que deverá ser feita de forma gradual, respeitando os contratos celebrados e estabelecendo um equilíbrio com o crescimento da produção.

O executivo encerra seu breve comentário parabenizando os empregados da companhia, dizendo que eles são os verdadeiros responsáveis pela conquista de mais um OTC Distinguished Achievement Award for Companies, Organizations, and Institutions, o mais importante prêmio da indústria offshore mundial.

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