Washington - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, está aberto a um acordo de curto prazo para elevar o aumento no teto da dívida do país se os líderes do Congresso e a Casa Branca conseguirem chegar a um consenso a respeito das medidas necessárias para reduzir o déficit orçamentário norte-americano. Obama, no entanto, frisou que um plano mais abrangente e que ofereça contrapartidas é necessário logo em seguida ao "plano tampão".
"Acreditamos que um aumento de curto prazo no teto da dívida sem um acordo mais amplo [sobre o déficit] é inaceitável", disse o secretário de imprensa da Casa Branca, Jay Carney. "Obviamente, se os dois lados concordarem com algo significativo, vamos apoiar as medidas necessárias para finalizar os detalhes", acrescentou, sem explicar o que seria "algo significativo" ou qual seria o aumento no limite de endividamento que Obama aceitaria.
O teto da dívida dos EUA está atualmente em US$ 14,29 trilhões e precisa ser elevado até 2 de agosto para impedir que o país deixe de cumprir obrigações financeiras, segundo o Departamento do Tesouro norte-americano.
Gangue dos Seis
O plano que vem ganhando cada dia mais credibilidade foi revelado na terça-feira por um grupo de senadores, conhecido como "Gangue dos Seis". Obama considerou o plano um "passo muito significativo" e instou os líderes do Congresso a começarem a discuti-lo.
Senadores de ambos os partidos apoiaram a proposta, enquanto os líderes republicanos na Câmara dos Deputados disseram que o plano possui bons elementos. Investidores também elogiaram o plano, o que levou o preço do Treasury de 30 anos a uma forte alta e conduziu os principais índices de ações em Nova York ao melhor dia desde março (leia texto nesta página).
Obama e os republicanos não têm conseguido alcançar um acordo, por meio do qual o teto de dívida dos EUA seria elevado. Os dois lados concordam que os cortes de gastos devem acompanhar um aumento do limite de financiamentos, mas eles não concordam sobre aumentos de impostos para os mais ricos.
Reforma
O presidente do Fed, Ben Bernanke, vai pedir hoje aos senadores dos EUA que avancem nos esforços para fortalecer e reformar o sistema financeiro, garantindo dessa forma que os eventos que deflagraram a crise financeira não se repitam, de acordo com um discurso preparado pelo Fed. No aniversário de um ano da lei Dodd-Frank, que delineou a reforma do sistema financeiro nos EUA, Bernanke vai defender as medidas adotadas até agora e reconhecer os "custos e incertezas" trazidos por qualquer reestruturação.



