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Dentre todas as etapas de um processo seletivo, a apresentação de currículo ainda é recorrente. Os modelos são variáveis e os formatos se adaptam à área de interesse dos candidatos. Dos mais sóbrios aos criativos, a verdade é que existem itens que não podem faltar na hora de descrever a trajetória e experiência profissional.

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E se no Brasil a maioria dos modelos de currículo já são conhecidos, ainda existem dúvidas entre aqueles que querem montar um documento no formato internacional. Cada vez mais os candidatos se deparam com a exigência do currículo em inglês, seja para programas de trainee com etapas fora do país ou para aproveitar as oportunidades que aparecem em empresas internacionais.

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A professora de inglês Lorena Carneiro dá algumas dicas para quem quer impressionar na hora de apresentar o currículo em outro idioma. É preciso ter atenção para não fazer a tradução literal do documento e acabar colocando falsos cognatos (palavras que são parecidas, mas têm significados diferentes em cada país). Outro cuidado necessário é com os vícios que temos ao escrever em português.

Veja as dicas para montar um bom currículo internacional:

Carta de apresentação

Os recrutadores de fora do país estão acostumados a receber, junto com o currículo, uma carta de apresentação. Ela pode ter um tom mais pessoal, dependendo do cargo e da empresa em que se quer trabalhar. É na carta de apresentação que o candidato deve mostrar que tem as qualidades necessárias para a vaga. Através dela ele pode mostrar habilidades como vocabulário e conhecimento na área.

Cuidado com a tradução literal

Quem já tem um currículo montado e precisa apresentá-lo em inglês deve ter atenção: traduzir ipsis litteris não é uma boa ideia, já que existem diferenças culturais a serem consideradas. Não é necessário escrever um novo documento do zero. Algumas informações podem ser transpostas, desde que o candidato preste atenção naquilo que precisa ser alterado. O ideal é ter o seu currículo em português em mãos para servir de referência ao escrever a versão em inglês.

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Escrita assertiva

As diferenças culturais entre os países também devem ser observadas. O candidato precisa pensar na mensagem que quer passar. Nós temos um “jeitinho” que acaba sendo um pouco prolixo ou pouco assertivo. Um currículo em inglês deve ir direto ao ponto, o tal “preto no branco”. Simplesmente descreva aquilo que é fato.

Principais seções

Assim como no Brasil, não há um padrão único dentre os modelos internacionais, mas existem pontos essenciais. Abra sempre com informações pessoais, como nome, telefone, endereço e e-mail. Preste atenção no objetivo do seu currículo. Se ele for para a área acadêmica é interessante colocar atividades extracurriculares. Já para um currículo profissional é mais adequado expor suas habilidades técnicas e áreas de interesse.

Busque equivalências

Os sistemas de ensino sofrem variações em cada país. Para a tradução de certificados acadêmicos, existem empresas especializadas em fazer a equivalência de títulos e formação. Esse recurso é interessante para quem precisa usar o documento para fins oficiais, como intercâmbio e imigração. Para se inscrever em uma vaga acadêmica, é necessário se informar sobre as exigências com relação à tradução (se é necessário juramentar, por exemplo).

Se a intenção é profissional, em busca de uma vaga de trabalho no exterior, é possível encontrar as equivalências em buscas na internet. Comece do nível mais alto para o mais baixo e não é necessário citar o ensino médio caso já tenha uma formação superior.

Atenção para os falsos cognatos

Sempre confira a tradução dos termos utilizados. Os sites de busca dão uma boa ajuda para não cair em ciladas. Alguns exemplos: uma pessoa que fez um curso de graduação é um Undergraduate. Graduate é quem fez uma especialização. Comprehensive se refere a abrangente e understanding significa compreensivo, gentil.

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Traduzir e contextualizar

Explique o porte e a função das empresas em que você trabalhou anteriormente, a relevância no mercado nacional. Esclareça ocupações que talvez não existam fora do Brasil.

Diferenças culturais

As exigências e objetivos de um currículo podem variar entre os países. Nos EUA, os modelos devem seguir um padrão objetivo, de uma página, simples e informativo (não é à toa que eles chamam o documento de resume). O Canadá segue a mesma linha, mas tem ainda o costume de incluir uma lista de referências (pessoas que podem atestar suas habilidades).

Os currículos britânicos, podem ter mais de uma página. Além das referências, que eles gostam de checar, o documento geralmente tem um parágrafo inicial onde o candidato fala de si.