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A revista "Carta Capital" que está chegando às bancas neste fim de semana traz uma entrevista exclusiva com o presidente Luiz InácioLula da Silva. Na entrevista, Lula afirma que o país vai "crescer 5% ou mais no ano que vem".

A previsão do presidente bate de longe as estimativas feitas pelo mercado. Segundo a pesquisa semanal com cem instituições financeiras divulgada pelo Banco Central, o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB, valor de toda a produção de bens e serviços ocorrida dentro das fronteiras do país) será de 3,5% em 2006. Esta previsão, que considera a estimativa média do mercado, é a mesma há 31 semanas.

"Economista é que faz prognóstico, mas tenho dito para todo mundo que não tem por que o Brasil não crescer 5%, ou acima de 5%, em 2006", disse Lula.

A entrevista ocupa 12 páginas da publicação. Lula disse que trabalha com a perspectiva de um ciclo duradouro de desenvolvimento e acha que as condições para isso já foram obtidas. Menciona o controle da inflação, o fortalecimento do comércio exterior e a "alforria" do Brasil em relação ao FMI.

Veja algumas das declarações do presidente à revista:

Bases para o crescimento:

"Talvez estejamos ainda longe do que o Brasil precisa. Mas para crescer é preciso construir bases sólidas. Na história recente, se você considerar os últimos 20 ou 30 anos, vai perceber que o Brasil tem uma história sui generis, ou seja, toda vez que o Brasil decidiu crescer economicamente, cresceu com inflação alta. E toda vez que o Brasil decidiu exportar, asfixiou o mercado interno. O que nós estamos provando? Que é possível você crescer com inflação baixa e que é possível exportar sem asfixiar o mercado interno (...)."

Comportamento do PIB:

"Concordo, foi uma notícia péssima o PIB (ter caído 1,2% no terceiro trimestre). Eu esperava que não caísse tanto, esperava que até chegasse a zero. Mas hoje pego os dados da Anfavea: as exportações de carro vão crescer 30%, a produção cresceu quase 11%, o licenciamento aumentou 15,5%. O setor de embalagens também vai bem, um sinal muito importante".

"Não sou de fazer prognóstico, porque não sou economista. Economista é que faz prognóstico, mas tenho dito para todo mundo que não tem por que o Brasil não crescer 5%, ou acima de 5%, em 2006, não tem por quê. Condições? A inflação está controlada. Temos reservas cambiais, portanto, a nossa credibilidade para o comércio exterior está garantida. Não temos mais pressão do FMI vindo aqui e dizendo o que temos de fazer".

"Temos, portanto, de ser o fiel da balança no crescimento econômico mundial. O Brasil pode crescer e pode crescer bem no próximo ano. E eu trabalho com a idéia de que a gente cresça por alguns anos seguidos, para recuperar as décadas perdidas".

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