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Dois editais diferentes que tenham praticamente o mesmo conteúdo programático podem ter provas completamente distintas, e isso se deve justamente ao estilo da banca organizadora do concurso |
Dois editais diferentes que tenham praticamente o mesmo conteúdo programático podem ter provas completamente distintas, e isso se deve justamente ao estilo da banca organizadora do concurso| Foto:

Concurseiro experiente sabe que a aprovação em um edital desejado não requer apenas o domínio do conteúdo, mas também de outros aspectos que influenciam diretamente o desempenho do candidato antes e durante a prova. Conhecer o estilo da banca organizadora, por exemplo, é fundamental e pode fazer a diferença entre o gol e a bola na trave. Não é à toa que a divulgação da banca organizadora de um concurso é um dos momentos mais aguardados pelos candidatos.

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Dois editais diferentes que tenham praticamente o mesmo conteúdo programático podem ter provas completamente distintas, e isso se deve justamente ao estilo da banca organizadora do concurso, lembra Henrique Arns, diretor do Curso Luiz Carlos. Por isso, é importante conhecer as peculiaridades de cada uma.

No Brasil, existem dezenas de bancas examinadoras que atuam nacionalmente, nos estados e municípios. Atualmente, as cinco principais do país são: Cespe, Esaf, Fundação Carlos Chagas (FCC), Cesgranrio e Fundação Getúlio Vargas (FGV), responsável pela prova da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). 

“Com exceção do Cespe e da Esaf, consideradas as bancas mais difíceis, FCC, FGV e Fundação Cesgranrio não são bancas mais tranquilas, de nível médio de dificuldade, cujo aprofundamento do conteúdo é menor”, afirma Arns.

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Mas isso pode ser uma armadilha para os candidatos, diz Arns. “Uma banca mais fácil tende a ser pior porque, em geral, tem mais candidatos do mesmo nível, o que torna a disputa mais acirrada. Uma questão pode fazer a diferença”. Para um candidato bem preparado, segundo ele, uma prova com maior nível de exigência é melhor. 

Qualquer que seja o estilo da banca do concurso que você pretende fazer, a dica dos especialistas em concursos é uma só: buscar provas anteriores para conhecer o estilo da organizadora e refazer as questões, paralelamente ao estudo dos conteúdos propostos pelo edital. 

Vamos às bancas:

Fundação Carlos Chagas (FCC)

A Fundação Carlos Chagas (FCC) é famosa por fazer vários concursos jurídicos, principalmente dos tribunais do trabalho. Tem um perfil bastante objetivo, com questões que exigem mais decoreba e conhecimento seco do que capacidade de interpretá-lo e contextualizá-lo. 

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Diferente do Cespe, as provas de Direito da FCC cobram a lei seca, afirma Henrique Arns, diretor do Curso Luiz Carlos. “São questões sempre muito objetivas e poucas têm enunciados longos. Mesmo dentro de enunciados longos, a pergunta é sempre muito objetiva”, diz. 

O mesmo vale para as provas de Português, que exigem mais conhecimentos gramaticais da língua do que interpretação de texto. Em geral, todo o conteúdo programático do edital costuma aparecer nas provas da FCC. Como a banca tem um histórico de repetir questões em provas de diferentes editais, a dica dos especialistas para os concurseiros é treinar, treinar e treinar com provas anteriores dessa organizadora. Segundo Arns, o nível de dificuldade da banca é médio.

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Centro de Seleção e de Promoção de Eventos da Universidade de Brasília (Cespe) 

Campeão em número de editais realizados, o Cespe é a banca de concursos mais temida por quem sonha com a carreira pública no Brasil em função, basicamente, de dois aspectos: o formato das questões e o jeito como o conteúdo é cobrado. Para cada alternativa de uma questão, o candidato precisa responder certo, errado ou, em caso de dúvida, pode deixar em branco. Essa, aliás, pode ser uma boa opção, já que na prova do Cespe o candidato é penalizado, pois cada erro elimina um acerto. Neste caso, o método de exclusão de alternativas até chegar à resposta correta não funciona. O famoso chute, então, nem pensar! 

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Com relação ao conteúdo da prova, o Cespe valoriza interpretação e contextualização dos assuntos, seja na Direito ou no Português. Não é a “letra da lei” ou a gramática pura e simples. Na prática, isso significa que a famosa “decoreba” não funciona nas provas da Cespe, com suas questões mais complexas, multidisciplinares e com enunciados longos, que tornam a empreitada do concurseiro mais cansativa. “O candidato precisa dominar o conteúdo, ter controle emocional e saber administrar o tempo”, diz Henrique Arns, diretor do Curso Luiz Carlos. Além disso, precisa estar bem informado, já que as provas do Cespe são recheadas de atualidades.

Escola de Administração Fazendária (Esaf)

Responsável pelos concursos da Fazenda, Tesouro Nacional e Receita Federal, a Escola de Administração Fazendária (Esaf), vinculada ao Ministério da Fazenda, é conhecida pela complexidade de suas questões, que exigem conhecimento aprofundado sobre o conteúdo. “Em Direito Administrativo gosta muito de doutrina e jurisprudência do STF e STJ. Em Constitucional, por outro lado, a lei seca tem mais relevância”, afirma Henrique Arns, diretor do Curso Luiz Carlos. 

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Já no Português, banca exige mais interpretação de textos e menos conteúdo gramatical, mas é preciso paciência e concentração porque a prova é extensa e cansativa. Até pelo perfil de concursos que faz, segundo Arns, as provas de informática e exatas (matemática, estatística, contabilidade) da Esaf têm grau de dificuldade muito alto se comparadas às demais bancas. 

Não à toa, muitos concurseiros e especialistas consideram a Esaf, e não o Cespe, a banca mais difícil e temida. Uma de suas principais características são as provas extensas que costumam deixar os candidatos esgotados, afirma Thais Nunes Laskoski, professora de Direito para concursos públicos. “Muitos candidatos reclamam que não têm tempo suficiente para terminar a prova”.

Embora as questões sejam de múltipla escolha, o que permite usar o método de eliminação de alternativas erradas logo de cara, não significa que o candidato tem vida fácil na prova da Esaf, pois as questões que sobram tendem a deixar o candidato muito em dúvida.

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A cada edital que realiza, a banca costuma priorizar uma matéria cujo nível de dificuldade será muito maior do que as demais. Isso funciona como um mecanismo de seleção natural, já que os editais da Esaf exigem que o candidato atinja uma nota mínima em cada matéria para ser classificado. 

Fundação Getúlio Vargas (FGV)

Bastante conhecida dos concurseiros do Rio de Janeiro, por realizar no estado, a Fundação Getúlio Vargas (FGV) é a banca responsável pela prova da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). De acordo com especialistas, é uma banca imprevisível cujas provas não seguem um único padrão, ou seja, depende muito do pedido do órgão contratante. É uma banca que costuma cobrar todo o conteúdo do edital.

Em relação às questões de Direito, tem um perfil mais próximo ao do Cespe, com provas mais elaboradas com questões multidisciplinares que mesclam a aplicação prática da lei com “a letra da lei”. Nas provas de Português, as questões da FGV cobram mais conteúdo gramatical do que interpretação de texto.

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Fundação Cesgranrio

Entre concurseiros e especialistas, é conhecida por ser uma banca metódica que separa a prova por matérias. As questões não têm enunciados longos, são claras e objetivas. Assim como a FCC, a Cesgranrio costuma cobrar na prova todo o conteúdo proposto no edital.

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A Cesgranrio costuma ir além do conteúdo puramente textual, usando imagens, gráficos, charges, tirinhas e textos de jornal como parte do conjunto a ser avaliado e interpretado pelo candidato para resolver as questões. A orientação, neste cado, é ler e acompanhar esse tipo de publicação. Concursos realizados: Banco Central, Detran, Petrobras, IBGE, Banco do Brasil.

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