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O Ministério da Previdência demitiu nesta quinta (8) o ex-presidente do INSS na gestão de Jair Bolsonaro (PL), Guilherme Serrano, que ocupava atualmente o cargo de coordenador-geral de Estudos Estatísticos, Atendimento e Relacionamento Institucional. A demissão, publicada no Diário Oficial da União, ocorre em meio às investigações da fraude bilionária contra aposentados e pensionistas e horas depois do órgão determinar o bloqueio de novos empréstimos consignados.
Serrano tinha cargo comissionado no ministério e presidiu o INSS em 2022. Ele é citado no inquérito que apura os descontos indevidos de aposentados e pensionistas, mas não é investigado. No entanto, há a suspeita de que ele teria assinado vários acordos com entidades investigadas.
Guilherme Serrano passou a ocupar o cargo atual após a troca de governo em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nomeou Carlos Lupi como ministro da Previdência. Ele deixou o cargo para dar lugar a Alessandro Stefanutto, que foi demitido recentemente após a revelação do esquema de descontos associativos irregulares nos pagamentos a aposentados e pensionistas.
Segundo comunicado oficial divulgado na época de sua nomeação à presidência do INSS, Serrano ocupava o cargo de presidente substituto e o de diretor de Tecnologia e Inovação desde dezembro de 2021. “Guilherme chega à presidência do INSS, após uma jornada, sempre com resultados positivos, pelos principais cargos de gestão do órgão”, afirmou o órgão na ocasião.
O esquema de fraude descoberto pela Polícia Federal no INSS revelou um desvio potencial de mais de R$ 6 bilhões em descontos associativos nos pagamentos a aposentados e pensionistas, e levou à demissão de Stefanutto e do ministro Carlos Lupi, da Previdência Social.
De lá para cá, o inquérito revelou evidências de pagamento de propina a servidores, autorizações irregulares e a atuação de lobistas. O governo se viu em meio a mais uma crise e agora corre para encontrar uma solução para ressarcir as vítimas dos descontos.
Há a expectativa de que o governo anuncie, ainda nesta quinta (8), como fará o ressarcimento dos valores desviados às vítimas da fraude. Parte dos valores deve ser compensada pela venda dos bens bloqueados dos envolvidos com as entidades suspeitas, e outra dos cofres públicos.