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Depois do recorde histórico estabelecido no ano passado, Itaipu deve encerrar 2009 com produção 3% menor, diz o diretor-geral brasileiro da usina, Jorge Samek. Se confirmada a estimativa, a geração acumulada ficará em 91,8 mil gigawatts-hora, a quarta maior desde o início das operações da hidrelétrica, em 1984. Por ter durado poucas horas, o apagão teve impacto reduzido nessa estatística. As principais razões para o recuo foram a queda de algumas torres de transmissão em janeiro, que obrigaram a usina a reduzir sua produção por vários dias; a estabilidade da demanda, limitada pela crise econômica; e, nas últimas semanas, a situação folgada dos reservatórios em outras regiões do país, onde a produção é mais barata.

"O Sistema Interligado Nacional [SIN] opera com duas variáveis. Disponibilidade e preço. Como a situação dos reservatórios é uma das melhores dos últimos 20 anos, a grande maioria das usinas está disponível. Assim, o Operador Nacional do Sistema [ONS] dá prioridade às que geram pelos menores preços", explica Samek. "Usinas como Foz do Areia e Capivari-Cachoeira já estão pagas, e têm tarifa mais barata. Assim, elas rodam no máximo, e Itaipu gera um pouco menos, formando um mix que garante a modicidade da tarifa."

Cautela

O executivo nega que a menor geração das últimas semanas seja medida de precaução do ONS – no mercado, especula-se que o operador trabalha para diminuir o "peso" da usina dentro do sistema e, assim, minimizar os efeitos de um eventual blecaute provocado por problemas na transmissão da hidrelétrica. Segundo o ONS, a produção média de Itaipu entre 1º e 20 de dezembro foi 6% menor que a de igual período de novembro. A participação da usina no SIN passou dos 19% habituais para 16% mais recentemente.

Independentemente das razões para essa queda, os relatórios diários do operador dão ideia da cautela com que o sistema vem sendo operado. Nos 40 dias seguintes ao apagão, em oito ocasiões a geração de Itaipu foi ligeiramente reduzida "visando prover maior segurança ao SIN", segundo registros em relatórios do ONS. Em quase todos os casos, isso ocorreu "devido às condições atmosféricas desfavoráveis com presença de chuvas, ventos e descargas atmosféricas ao longo das linhas de transmissão", a fim de "evitar corte de carga no caso de contingências múltiplas no tronco de 765 kV [o mesmo que "caiu" no apagão] e demais circuitos da interligação Sul-Sudeste".

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