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Os resultados do primeiro trimestre credenciam o parque automotivo do Paraná a superar neste ano a produção recorde de 360 mil veículos alcançada em 2008. Segundo estimativa feita pela Gazeta do Povo a partir de dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (An­­favea), as montadoras do estado produziram 105,4 mil carros, caminhões, ônibus e máquinas agrícolas de janeiro a março, 2% a menos que no mesmo período de 2008. Mas, como a produção despencou no último bimestre daquele ano, após o estouro da crise, no acumulado de 2010 o polo tem boas chances bater seu recorde – o que deve conseguir mesmo que diminua o ritmo de trabalho nos próximos meses, algo até esperado, em razão do aumento do IPI.

Apesar de ainda ser a maior montadora do estado, a Volkswagen, de São José dos Pinhais, está longe de sua melhor forma. Se por um lado a produção do modelo Fox segue em alta, a do Golf está definhando. Desatualizado em relação ao europeu, o Golf brasileiro não tem mercado lá fora e sua procura no Brasil é cada vez menor. A produção do carro no primeiro trimestre, de 5,1 mil unidades, não chega a um terço da registrada há dois anos.

Além disso, a filial está desprestigiada. Receberá migalhas do aporte recorde de R$ 6,2 bilhões previsto pela Volks brasileira para o período 2010-2014 – quase tudo vai para as três fábricas da empresa em São Paulo. Em novembro, o presidente da montadora, Thomas Schmall, deu uma justificativa curiosa: segundo ele, por já trabalhar no limite máximo de sua capacidade, a fábrica de São José precisa de menos recursos. Schmall nega retaliações, mas ele próprio havia avisado, no início da crise, que fábricas com funcionários pouco dispostos a "flexibilizar" a jornada de trabalho – caso da unidade paranaense – corriam o risco de receber menos investimentos.

A situação da Renault/Nissan, também de São José, é bem diferente. A marca francesa, que está se firmando na quinta posição do mercado brasileiro, vai aplicar R$ 1 bilhão no Complexo Ayrton Senna até 2012. Ela prepara o lançamento de um novo utilitário esportivo, e ainda tem um bom espaço a ocupar no complexo, cuja capacidade é de 200 mil carros de passeio, 50 mil utilitários e 400 mil motores por ano.

De janeiro a março, a unidade produziu 44,1 mil veículos, 21% a mais que em igual período de 2008. Impulsionadas pelo aquecimento do mercado argentino, as exportações reagiram bem: foram 10,6 mil unidades até março, mais que o dobro do embarcado no começo de 2009 (4,3 mil carros) e pouco abaixo da marca de 2008 (12,1 mil). Com receita de US$ 194 milhões em suas vendas ao exterior no trimestre, a Renault se isolou no posto de maior exportadora do Paraná, bem à frente da cooperativa Coamo (US$ 151 milhões) e da Volks (US$ 147 milhões).

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