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Dólar fecha em leve alta

O dólar fechou com leve alta nesta quarta-feira, com investidores realizando lucros após a divisa superar R$ 2,30 no intradia, impulsionada pela expectativa de que as próximas pesquisas eleitorais irão mostrar redução da diferença entre Marina Silva (PSB) e Dilma Rousseff (PT) em eventual segundo turno das eleições presidenciais.

O movimento também refletiu a apreciação da moeda norte-americana nos mercados internacionais, ainda reagindo a apostas de que o Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, pode dar início ao processo de alta do juro mais cedo do que se esperava.

A divisa norte-americana subiu 0,22%, a R$ 2,2912 na venda, após chegar a R$ 2,3025 na máxima da sessão. Foi a primeira vez que a moeda superou R$ 2,30 no intradia desde 8 de agosto. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de 1,2 bilhão de dólares. "De um lado, o mercado reluta em colocar o dólar muito para cima porque tem medo que o BC atue. Do outro, não coloca muito para baixo porque tem medo das pesquisas eleitorais. Estamos numa situação complicada", afirmou o operador da corretora B&T Marcos Trabbold.

No mês passado, o dólar firmou-se em clara trajetória de queda ante o real, diante de pesquisas sinalizando menores chances de reeleição da presidente Dilma, que tem sido criticada por sua política econômica. Contudo, o dólar mudou de rumo nas últimas sessões, após pesquisas eleitorais mostrarem redução da liderança em eventual segundo turno de Marina, cujo discurso ortodoxo tem agradado o mercado.

O principal índice da Bolsa brasileira fechou esta quarta-feira (10) em queda pelo sexto dia, com investidores avaliando os resultados de pesquisas eleitorais que mostraram empate técnico entre Marina Silva (PSB) e a presidente Dilma Rousseff (PT) em um eventual segundo turno da eleição presidencial de outubro. O Ibovespa cedeu 0,81%, para 58.198 pontos. Após seis quedas, o índice perdeu 3.697 pontos, ou 5,97%, desde a última quarta-feira (3). O volume financeiro movimentado hoje foi de R$ 7,931 bilhões -abaixo da média diária do mês de setembro, de R$ 8,310 bilhões.

Analistas ouvidos pela reportagem dizem que a pesquisa Vox Populi divulgada nesta quarta (10) voltou a preocupar o mercado ao mostrar que a ex-ministra Marina Silva (PSB) teria 42% das intenções de voto contra 41% da presidente e candidata à reeleição Dilma Rousseff (PT) em um eventual segundo turno do pleito presidencial de outubro.

Segundo a pesquisa, publicada no site da revista Carta Capital, Dilma lidera no primeiro turno com 36% das intenções de voto, ante 28% de Marina e 15% de Aécio Neves, do PSDB. O levantamento é o primeiro do instituto Vox Populi para a revista Carta Capital desde a entrada de Marina na corrida presidencial no lugar de Eduardo Campos, que morreu em acidente aéreo em agosto.

A condição de empate técnico também foi vista na pesquisa CNT/MDA divulgada nesta terça (9), na qual a presidente Dilma diminuiu a diferença para a ex-ministra em um eventual segundo turno, com 42,7% das intenções de voto, enquanto Marina teria 45,5%.

A avaliação é que a recuperação do PT nas pesquisas preocupa os investidores, que estão insatisfeitos com a gestão das estatais pelo atual governo. Por isso, crescem as expectativas pela divulgação de novas pesquisas Datafolha e Ibope previstas para esta semana, de acordo com o site do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). "É certo que o mercado fica mais temeroso conforme o governo ganha espaço na corrida eleitoral ou menos temeroso se a oposição avança", diz Elad Revi, analista-chefe da Spinelli Corretora. "CNT/MDA e Vox Populi são pesquisas de menor peso e já causaram estresse na Bolsa. O receio é que levantamentos mais relevantes, como Datafolha e Ibope, ambas previstos para esta semana, possam confirmar uma recuperação de Dilma".

Para William Araújo, executivo da equipe de análise da UM Investimentos, o Ibovespa vai continuar à mercê dos resultados de pesquisas, uma vez que o índice já está descolado das Bolsas internacionais há alguns meses. "Os investidores estão esperando mais dados antes de assumirem uma posição".

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