Rio de Janeiro A possível operação de resgate de passageiros da Varig no exterior com os Boeing 707 da Força Aérea, os chamados "sucatões", terá de contornar pelo menos dois problemas. O jato brasileiro fere restrições quanto ao nível de ruído permitido no exterior e será necessária autorização prévia para entrada de avião militar e para transporte de passageiros civis nos céus de outros países. Segundo especialistas, os dois problemas exigirão negociações diplomáticas.
Por ordem a Aeronáutica, os aviões estão em solo, na Base Aérea do Galeão, no Rio, disponíveis para a eventualidade de uma operação de repatriamento de brasileiros. Especialistas que atuam no setor de aviação há mais de 30 anos explicam que o nível de ruído gerado pelos motores dos Boeing 707 brasileiros supera o limite permitido em cidades americanas e européias. O economista Paulo Bittencourt Sampaio alerta sobre o problema do ruído e diz que será preciso os outros países liberarem o embarque de passageiros, originalmente de vôos comerciais, em aviões militares. Outra fonte argumenta que vôos com passageiros dependem de pagamento de seguro e que não está previsto nos acordos aéreos bilaterais o apoio de aviões militares em caso de problemas enfrentados por empresas privadas.
A via-crúcis dos torcedores brasileiros na Copa do Mundo já começou: centenas de passageiros da Varig enfrentaram ontem o caos no Aeroporto de Frankfurt, tentando voltar para casa. Dezenas de pessoas se amontoavam no balcão de check-in da companhia, tentando descobrir se iam conseguir embarcar. Os vôos da Varig de Milão, Paris, Munique e Londres foram cancelados e todos os passageiros foram redirecionados para Frankfurt, mas a empresa só tinha dois vôos saindo para o Brasil, já lotados. A lista de espera chegou a 100 nomes e funcionários estimavam que muitos ficariam em terra.
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