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Técnicos do IBGE de Curitiba reunidos em ato público nesta quarta-feira (16) contra suspensão da Pnad Contínua | Sindicato dos Trabalhadores do IBGE/Divulgação
Técnicos do IBGE de Curitiba reunidos em ato público nesta quarta-feira (16) contra suspensão da Pnad Contínua| Foto: Sindicato dos Trabalhadores do IBGE/Divulgação

Os servidores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em Curitiba entregaram na tarde desta quarta-feira (16) um pedido de esclarecimento público no escritório da senadora Gleisi Hoffmann sobre o requerimento nº 334/2014 do Senado Federal, por ela subscrito no começo de abril. O documento da senadora questiona a metodologia da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), o que levou à suspensão da divulgação dos dados do levantamento pela direção do órgão e desencadeou uma crise na instituição. Os funcionários do IBGE temem que haja ingerência política no órgão para evitar a publicação de dados que possam ser ruins para o governo federal.

Entre os argumentos apresentados pelos técnicos do instituto está o momento em que o questionamento é levantado, uma vez que, na opinião deles, medidas relacionadas à metodologia aplicada poderiam ter sido discutidas durante a tramitação da Lei Complementar nº 143/2013. Segundo a legislação, a Pnad Contínua serviria de base para o rateio do Fundo de Participação dos Estados (FPE). Outro esclarecimento solicitado pelos técnicos refere-se a possibilidade de ingerência política do ato praticado pela senadora, uma vez que a divulgação dos dados – que abrange cerca de 3.500 municípios e, por isso, pode apresentar divergência em relação aos dados apresentados por estudos com menores amostragens – pode apresentar números desfavoráveis ao governo, principalmente no que diz respeito à empregabilidade. "Os questionamentos levantados e a suspensão da divulgação dos dados da pesquisa pela direção do IBGE, sem a consulta prévia dos técnicos, em ano eleitoral foram recebidos com estranhamento pelos profissionais do instituto. Nosso objetivo é o de tornar claros os motivos que levaram a esses acontecimentos", diz Cleiton Batista, coordenador do Núcleo Paraná do Sindicato dos Trabalhadores do IBGE. A assessoria de imprensa da senadora Gleisi Hoffmann foi procurada para comentar o caso, mas não se pronunciou até às 21h30 desta quarta-feira. Ato Público

A suspensão da divulgação dos dados da Pnad Contínua pela direção do IBGE levou à paralisação das atividades na sede do instituto no Rio de Janeiro e em outras localidades, nesta quarta-feira (16). Em Curitiba, o ato público foi realizado pela manhã em frente à sede do órgão, localizado na Rua Visconde do Rio Branco, Centro. Cerca de 50 profissionais aderiram ao ato, o que representa a maioria dos servidores da sede, de acordo com Cleiton Batista. Além da revogação da suspensão da divulgação dos resultados da Pnad Contínua, eles defenderam a reversão do corte de recursos destinados ao IBGE, para que seja possível manter a agenda de pesquisas, e a preservação da autonomia técnica do instituto. Segundo Cleiton Batista, a diretora do IBGE, Wasmália Bivar, agendou para às 11h desta quinta-feira (17) uma videoconferência com os chefes das unidades estaduais e com os chefes de setores, em especial os relacionados à Pnad Contínua, para discutir o tema.

Em Curitiba, os trabalhos do instituto devem seguir normalmente, pois os técnicos aguardam os desdobramentos dos atos realizados nesta quarta-feira (16) para definir novos posicionamentos. "De acordo com os próximos acontecimentos, poderemos agendar uma nova assembleia, a princípio programada para a próxima quinta-feira (24)", informou Cleiton Batista.

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