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O setor da construção civil está praticamente estagnado desde 2000. Em Curitiba, por exemplo, a produção média de imóveis por ano permaneceu a mesma nos últimos cinco anos, enquanto a quantidade de metros quadrados construídos caiu quase pela metade no mesmo período, segundo o Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado do Paraná (Sinduscon-PR).

Em 2000 foram construídos 1.638.692 m2 na capital e no ano passado foram erguidos 831.772 m2, uma queda próxima de 50%. A quantidade de lançamentos no mercado ficou na faixa de 1,8 mil unidades por ano nos últimos cinco anos. Sinal de que a indústria está dependendo mais das construções populares.

Para o presidente da entidade, Júlio Araújo Filho, o pacote anunciado pelo governo pode ajudar o setor, mas não é o suficiente para que ele cresça no mesmo ritmo do resto da economia. "Baixar o imposto em alguns produtos não resolve muito", reclama. De acordo com ele, a informalidade é elevada no Brasil e seria necessária uma redução mais forte nos tributos para que ela recuasse. Dados do IBGE mostram que mais de 54% dos serviços de construção no Paraná são feitos fora do mercado formal. O executivo sugere a inclusão das construtoras na Lei Geral das Microempresas para que a carga tributária tenha uma redução mais significativa.

Araújo Filho comenta também que há limitações no efeito do aumento do crédito. Mais de 75% dos recursos disponíveis pela Caixa são usados para reformas e compra de materiais, o que deixa apenas 25% para a construção de novos imóveis, segundo ele. Dessa forma não haverá um grande aumento nos lançamentos com o acréscimo de R$ 4 bilhões às linhas de financiamento da casa própria.

O consultor Jorge Kuser, da Go4!, avalia que o pacote deixa de fora a principal reclamação da indústria, o custo do dinheiro. "O volume financiado é importante, sem dúvida. Mas o país precisa resolver problemas como a carga tributária e o custo nas transações bancárias", afirma. Nas contas de Kuser, as medidas anunciadas pelo governo podem aumentar em 50% o resultado do PIB da construção em 2006, na comparação com 2005. "O PIB do setor no ano passado cresceu entre 0,4% e 0,7% e espero para 2006 uma expansão de 0,6% a 1% por causa do pacote", diz.

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