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Atualizado em 04/09/2006 às 18h43

A Volkswagen suspendeu temporariamente as 1,8 mil demissões na fábrica de São Bernardo do Campo, comunicadas por cartas aos funcionários na semana passada. Com isso, os trabalhadores da unidade, em greve desde a terça-feira passada quando as demissões foram comunicadas, voltaram ao trabalho na tarde desta segunda-feira.

A decisão foi anunciada após reunião, realizada nesta segunda-feira, em que representantes do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e da empresa chegaram ao acordo para por fim à paralisação.

A assessoria de comunicação da empresa afirmou, no entanto, que os planos de cortar 3,6 mil funcionários da fábrica de São Bernardo até o fim de 2008 estão mantidos e o que se discute é a forma como o processo se dará e os benefícios que os trabalhadores demitidos terão. A companhia passa por reestruturação no mundo todo e confirmou nesta segunda-feira que 3,5 mil funcionários na Alemanha já assinaram o programa de demissão voluntária.

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC disse que a suspensão da greve não foi um recuo da categoria.

- Não houve recuo na posição dos trabalhadores. A fábrica fez uma proposta de retomada das negociações e, em troca, suspendeu as cartas de demissões. Nós vamos retomar as negociações, conforme aprovado em assembléia - disse ele.

Feijoó disse, no entanto, que espera que a montadora tenha uma boa proposta para apresentar. Segundo ele, se a fábrica quer uma negociação efetiva, "tem que flexibilizar a sua postura e apresentar uma outra proposta". Em assembléia nesta segunda-feira, os trabalhadores decidiram não fazer hora extra durante o feriado de 7 de Setembro.

A paralisação no ABC começou dia 29, depois que a Volks comunicou a demissão de 1,8 mil trabalhadores a partir de 21 de novembro, quando termina o acordo de estabilidade. A fábrica Anchieta, em São Bernardo, emprega 12,4 mil pessoas. Segundo a montadora, 900 veículos (modelos Gol, Saveiro, Kombi, Polo e Fox para exportação) deixaram de ser fabricados por dia.

A interrupção da produção em São Bernardo também começava a afetar outras fábricas da Volks espalhadas pelo país, porque a unidade produz peças para outras linhas de montagem. Na unidade de São José dos Pinhais, Paraná, os metalúrgicos não trabalharam na sexta e sábado, segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de Curitiba. Em Taubaté, os trabalhadores folgaram na sexta-feira.

No fim da semana passada, a montadora chegou a ameaçar dar férias coletivas para 21 mil funcionários enquanto não chegava a um acordo com trabalhadores.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que as demissões não representavam uma crise do setor, mas sim da Volkswagen.

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