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Gazeta do Povo
| Foto: Marcelo Elias -/ Gazeta do Povo

Dezenas de grandes acionistas da Volkswagen pretendem processar a montadora em um tribunal alemão, buscando compensação pela queda das ações devido ao escândalo de fraude em testes de emissões de poluentes.

O escritório de advocacia Nieding + Barth disse nesta segunda-feira (18) que apresentará um caso junto a um tribunal regional em Brunswick nesta semana, buscando centenas de milhões de euros em pagamento de danos em nome de 66 investidores institucionais dos Estados Unidos e Reino Unido.

“Somando-se a isso, reunimos vários milhares de investidores privados. Assim, achamos que somos a maior plataforma para ações contra a Volkswagen na Alemanha”, disse Klaus Niedling, da Niedling + Barth.

As ações da Volkswagen perderam quase um terço de seu valor, ou cerca de 22 bilhões de euros, desde que a montadora admitiu em setembro ter enganado reguladores norte-americanos sobre emissões de poluentes com a ajuda de um software instalado em automóveis com motores a diesel.

O escritório pretende usar as chamadas ações modelo de mercados de capitais, um procedimento judicial alemão que -pela ausência de ações coletivas como as norte-americanas- usa determinações judiciais vencidas por investidores individuais como modelo para obter danos a outros que são igualmente afetados.

A Volkswagen não comentou o assunto.

Escândalo

Em setembro do ano passado veio à tona que a Volkswagen teria utilizado dispositivo para fraudar os resultados dos controles de dados de emissões em milhões de veículos em todo o mundo, em várias marcas de seus automóveis, entre 2009 e 2015.

Inicialmente, a Volkswagen admitiu que havia cerca de 11 milhões de veículos em todo o mundo equipados com um dispositivo para fraudar os resultados de emissões poluentes. Isso ocorreu depois de a Agência de Proteção Ambiental (EPA) dos Estados Unidos ter notificado a companhia por violar a lei ao instalar o software, conhecido como “defeat device” [literalmente, “dispositivo de derrota”, ou dispositivo manipulador], nos veículos Volkswagen e Audi com motores de quatro cilindros vendidos entre 2009 e 2015.

O dispositivo é capaz de detectar o momento em que o carro está passando por um teste oficial de emissões e ativar o sistema pleno de controle de emissões apenas durante o teste. Em situações de uso normal, os controles são desativados e o veículo passa a poluir muito mais do que o fabricante reporta.

Posteriormente, outras denúncias aumentaram as proporções do escândalo, que chegou a carros da marca Porsche e a veículos com motor à gasolina.

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