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O ministro Ricardo Vélez Rodríguez, na última segunda-feira, na Universidade Positivo, em Londrina | Jéssica Pizza/Divulgação da UP
O ministro Ricardo Vélez Rodríguez, na última segunda-feira, na Universidade Positivo, em Londrina| Foto: Jéssica Pizza/Divulgação da UP

O professor colombiano Ricardo Vélez Rodríguez, indicado para assumir o Ministério da Educação no governo de Jair Bolsonaro, passou a integrar formalmente a equipe de transição do presidente eleito. A nomeação de Vélez Rodríguez para cargo especial da equipe está publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta sexta-feira, 30, e é assinada pela Casa Civil da Presidência. O Diário Oficial desta sexta-feira traz ainda a nomeação de Walter Félix Cardoso Júnior para o grupo da transição. Ele também assumirá cargo especial.

Na última segunda-feira (26), Vélez Rodríguez se despediu de professores e alunos da Universidade Positivo, em Londrina, onde lecionava.

No evento, mostrou-se preocupado com o ensino da ideologia de gênero nas escolas, elogiou as escolas militares e afirmou que o ensino médio técnico é uma boa solução, já que nem todos são chamados à universidades.

Biografia

O filósofo colombiado Vélez Rodriguez se mudou para o Brasil em 1979, é filósofo de formação, graduado pela prestigiada Pontifícia Universidade Javeriana de Bogotá, onde nasceu, tendo atingido todos os graus acadêmicos, entre eles o doutorado em Filosofia pela Universidade Gama Filho e o pós-doutorado pelo Centro de Pesquisas Políticas Raymond Aron, de Paris.

A trajetória de Vélez Rodríguez foi moldada pela turbulência política e social de seu país, pelo fim do regime militar brasileiro e o processo de redemocratização, iniciado com a posse de José Sarney, em 1985, como presidente.

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Ele tinha cinco anos quando eclodiu o “Bogotazo”, rebelião popular provocada pelo assassinato, em 1948, do candidato liberal à presidência Jorge Eliécer Gaitán, assassinato que marcou o início do período conhecido como “A violência”, pano de fundo do romance “Cem anos de solidão”, de Gabriel Garcia Márquez. Dessa convulsão surgiram os movimentos guerrilheiros de esquerda, dos quais as FARC foram os mais ativos e longevos – assinaram somente há dois anos o acordo de paz com o governo . E, para tumultuar ainda mais o ambiente, surgiram na década de 1970, para conflagrar o país na seguinte, os cartéis de narcotraficantes.

Em 1978, Vélez Rodriguez decidiu trocar a Colômbia pelo Brasil – mudança que se efetivaria em janeiro do ano seguinte – depois que 18 colegas da Universidade Bolivariana de Medellín foram assassinados pelos traficantes. “Inclusive um amigo, de quem gostava muito”.

Os governos Sarney, Collor, Itamar e Fernando Henrique Cardoso inspiraram tomadas de posição críticas dele em artigos para publicações especializadas e veículos da grande imprensa, entre eles O Estado de S. Paulo, para o qual escrevia com mais regularidade. Mas nenhum governo recebeu críticas tão veementes como os de Lula e Dilma, que resumiu num de seus livros, “A grande mentira: Lula e o patrimonialismo petista” (Vide Editorial, 2015).

Após a confirmação feita por Bolsonaro, suas manifestações à imprensa aumentaram. Em entrevistas, afirmou que o texto do Escola sem Partido deve ser aprovado pelo Congresso Nacional com um texto mais moderado. Criticou o custo alto das universidades públicas brasileiras, mas nega a intenção de privatizar essas instituições. Quer meritocracia no ensino público e adotar o ensino a distância na educação básica, mas de maneira complementar, “o professor é insubstituível”. Defende a aproximação do setor produtivo com as instituições de ensino em troca de desonerações fiscais.

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